A presidente da ABPp, Quézia Bombonatto, comemora a inserção deste profissional nas escolas paulistanas. “É um passo muito importante, pelo tamanho e presença que tem essa rede. E também porque parte da disciplina educacional não é das melhores em termos de produção - nós sabemos que temos municípios em outros Estados com níveis de educação muito melhores nas avaliações”, compara. Para ela, a presença do psicopedagogo vem ao encontro da necessidade de focar o processo de aprendizagem.
Inclusão
Além de contribuir com os projetos pedagógicos, o profissional de psicopedagogia oferece suporte, orientação e capacitação de professores em casos de alunos com necessidades especiais - seja por deficiências ou altas habilidades -, e atuar como mediadora de conflitos para evitar ações de bullying. “Hoje em dia se fala muito em inclusão, mas o professor não sabe o que fazer com uma criança que tem transtorno ou alguma síndrome e, por falta de capacitação, acaba excluindo ao invés de incluir”, assegura a psicopedagoga.

Essa falta de preparo pode levar as crianças que não se sentem incluídas a sofrerem com o bullying. De acordo com a presidente da ABPp, o sistema educacional que se tem hoje precisa ser revisto. E o psicopedagogo vai contribuir com isto. “Ele vai instrumentalizar grupos de professores. Dentro da rede, vai poder ajudar nessa capacitação para lidar com crianças com síndromes, que somam 6% do total”, diz.
É importante diferenciar a função da psicopegagogia dentro da rede de educação da função do consultório. Na escola, se trabalha a relação entre aluno e professor. Ele vai orientar o professor, mas quem usufrui disso é o aluno. “É um processo de educação preventivo, não só curativo. Na escola, ele vai orientar, cuidar. No consultório, tratar”, explica Quézia. Outro aspecto é o alcance do psicopedagogo na mediação da relação da escola com a família. 
Formação
A formação em psicopedagogia acontece de duas formas: por meio de uma especialização de profissionais de outras formações - como pedagogos, psicólogos e licenciados - ou na própria graduação de psicopedagogia. Atualmente, tramita no Senado Federal o projeto que regulamenta a profissão. Estima-se que há cerca de 150 mil profissionais com esta especialização no Brasil.

Pelo projeto da prefeitura de São Paulo, cada regional de ensino terá uma equipe composta, além de psicopedagogos, por assistentes sociais, fonoaudiólogos e outros profissionais especializados que não fazem parte da carreira do magistério. Um estudo de demanda e orçamentário está sendo realizado para definir quantos profissionais serão contratados para atender cerca de 1,5 mil escolas municipais de educação infantil e do ensino fundamental. O prazo para implantação da lei é de 60 dias, mas a previsão para funcionamento pleno é para o próximo ano.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o TerraCartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra