Implementada em outros dez países, a campanha no Brasil recebeu o slogan “Liberdade não se compra. Dignidade não se vende”
A campanha Coração Azul, que atua contra o tráfico de pessoas, foi lançada no Brasil nesta quinta-feira (9). A ação faz parte de uma parceria entre o Ministério da Justiça, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e a Rede Globo de Televisão. Por sugestão do Ministério da Justiça, a cantora baiana, Ivete Sangalo, foi nomeada pelo organismo internacional como Embaixadora Nacional da Boa Vontade para combater o tráfico de pessoas.
Implementada em outros dez países, a campanha no Brasil recebeu o slogan “Liberdade não se compra. Dignidade não se vende”, que expressa o princípio base do trabalho que vem sendo realizado no enfrentamento ao tráfico de pessoas e reforça a luta contra este crime no País. Para divulgação da campanha, foi criado o site Coração Azul.
Segundo estimativas da Organização das Nacões Unidas (ONU), mais de 2,4 milhões de pessoas são vítimas de tráficos, para fins sexuais ou mão de obra, onde mulheres e crianças representam cerca de 80% das vítimas. Para o ministro Eduardo Cardozo, a divulgação de campanhas e a denúncia das vítimas são peças chaves para conter o tráfico de pessoas no Brasil e no mundo. "Crime não denunciado é crime oculto, e crime oculto é crime não punido", destacou.
De acordo com o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas 2012, publicado em dezembro pelo UNODC, 27% de todas as vítimas de tráfico de pessoas oficialmente detectadas no mundo, entre 2007 e 2010, eram crianças.
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Camapanha
A campanha Coração Azul terá ampla divulgação pelos meios de comunicação, onde as pessoas terão conhecimento do que o símbolo representa. A ideia é fazer com que todos os cidadãos compartilhem e divulguem a campanha. Empresas, organizações e entidades também podem participar.
O Coração Azul representa a tristeza das vítimas do tráfico de pessoas e remete a insensibilidade daqueles que compram e vendem outros seres humanos. O uso da cor azul das Nações Unidas também demonstra o compromisso da Organização com a luta contra esse tipo de crime que atenta contra a dignidade humana.
O lançamento da campanha ocorreu no Ministério da Justiça, em Brasília e contou com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, a ministra da Secretaria das Mulheres, Eleonora Menicucci; o defensor-geral federal, Haman Tabosa de Moraes e Córdova; o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão; o vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo, Paulo Tonet Camargo, da cantora Ivete Sangalo e do diretor executivo do UNODC, Yury Fedotov.
Escritório no Brasil
Nessa quarta-feira (8) foi inaugurado, o novo Escritório de Ligação e Parceria do UNODC. Segundo Yury Fedotov, a parceria entre o Brasil e a entidade fortalece ações em toda a América Latina.
Com base no conceito de responsabilidade compartilhada da comunidade internacional sobre questões de drogas e crime, o Escritório de Ligação e Parceria do UNODC marcará o novo formato de atuação do escritório da organização no Brasil - que também cobre Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai - com ênfase em promover a colaboração e o diálogo com países estratégicos da região. Para isso, o UNODC e o governo brasileiro desenvolverão um plano de trabalho conjunto destinado à criação de uma plataforma neutra de cooperação internacional.
“Nós temos um escritório aqui no Brasil, um escritório regional. Era um escritório que cumpria uma função importante, mas não todas que o governo brasileiro queria. Estamos passando para um nível acima”, comentou Fedotov.
UNODC
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) implementa medidas determinadas pelas três convenções internacionais de controle de drogas e pelas convenções contra o crime organizado transnacional e contra a corrupção.
O trabalho do UNODC está baseado em três grandes áreas: saúde, justiça e segurança pública. Dessa base tripla, desdobram-se temas como drogas, crime organizado, tráfico de seres humanos, corrupção, lavagem de dinheiro e terrorismo, além de desenvolvimento alternativo e de prevenção ao HIV entre usuários de drogas e pessoas em privação de liberdade.
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