segunda-feira, 30 de junho de 2014

Escravos: comiam restos e dormiam na casa de banho

A maioria eram deficientes ou analfabetos


A Polícia Judiciária deteve, na quinta-feira, sete suspeitos de tráfico de pessoas, escravidão, rapto e sequestro, tendo identificado seis alegadas vítimas que terão sido aliciadas para trabalhar na atividade agrícola e na construção civil.

O «JN» acrescenta esta sexta-feira que as vítimas «eram na maior parte deficientes, analfabetos e sem família», que foram forçados a trabalhar de graça e «comiam os restos e tinham de dormir em casas de banho». 

«A viver em clima de terror, com espancamentos ¿ em alguns casos desde 2005 e 2006, os trabalhadores conseguiram fugir e queixar-se às autoridades». 
O diário, que falou com fonte da PJ, acredita que o número de vítimas pode ser maior. 

As detenções decorreram no âmbito da «Operação Portugal Total» que foi desencadeada pela Diretoria do Norte da PJ e os crimes terão ocorrido em várias localidades dos distritos de Beja, Faro e Guarda, bem como em Espanha.

Os detidos, cinco homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 23 e 41 anos, são agricultores ou não possuem ocupação laboral, e vão ser esta sexta-feira presentes a tribunal de Serpa para aplicação de eventuais medidas de coação.

Quatro dos suspeitos vivem em Serpa, no Alentejo, onde se concentram dois acampamentos ciganos em Pias, mas que passam muito tempo em Espanha, pelo que a Judiciária aguardou pelo seu regresso para fazer as detenções, segundo conta o jornal. 

Segundo referiu a PJ, em comunicado, os suspeitos foram indiciados pelos crimes de tráfico de pessoas, escravidão, rapto, sequestro para fins de exploração laboral e ainda ofensas à integridade física qualificada.
Segundo o «JN» apurou, todos os detidos serão beneficiários do rendimento social de inserção. 

Durante a operação, foram detidas mais duas pessoas, por crimes de resistência e coação sobre funcionário e posse de armas proibidas, nomeadamente, uma caçadeira. 

O «JN» adianta que os agressores estão ligados a «três clãs de Serpa, Figueira de Castelo Rodrigo e Portimão. As vítimas foram «rodadas» entre os três clãs, e também negociadas para trabalhar em Espanha. 

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