quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Brasil é quinto na América Latina em homicídios

Apesar da queda nos índices de mortes violentas no Brasil registrada desde 2003, o país continua em posição de destaque no ranking latino-americano e mundial de homicídios. Foi o que revelou o estudo Mapa da Violência: os Jovens na América Latina divulgado ontem em Brasília.

Apesquisa foi elaborada pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) em parceira com Ministério da Justiça e o Instituto Sangari. De acordo com o documento, o Brasil tem a quinta maior taxa de homicídios total e juvenil da América Latina e ocupa a sexta posição em nível mundial em ambas as categorias. Assim como os países vizinhos, precisa de políticas mais robustas de inclusão social para alcançar redução significativa da violência.

A pesquisa apresenta como principal fator explicativo dos níveis de homicídio registrados no continente a desigualdade na distribuição de renda e não, necessariamente, a pobreza, medida por meio do PIB per capita.

Outra correlação apontada no levantamento diz respeito ao fato de que as taxas de homicídio são maiores em localidades com mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

Mapa traça um perfil dos suicídios na região

Segundo o estudo, do ponto de vista histórico, o Brasil até poderia celebrar um avanço, já que tradicionalmente ocupava posições mais elevadas em rankings anteriores.

– O avanço se deve ao fato das quedas brasileiras (na taxa de homicídios) dos últimos anos, enquanto em El Salvador, Guatemala e Venezuela as taxas cresceram significativamente ultrapassando os índices brasileiros – diz o texto.

Em 2003, o Brasil ocupava a segunda posição entre os países latino-americanos com maior índice de mortes violentas, sendo superado apenas pela Colômbia. Para os pesquisadores, a situação no país começou a mudar naquele ano com campanha do desarmamento, definida por eles como “exitosa”.

O Mapa da Violência na América Latina traz um dado novo e surpreendente: apesar de ter uma das taxas de suicídio mais baixas do mundo, as vítimas na região, ao contrário do resto do mundo, são jovens entre 15 e 24 anos. Nos países latino-americanos, o número de vítimas jovens chega a ultrapassar em 45% o número de suicidas não-jovens (com menos de 15 anos ou mais de 24 anos), um fenômeno que acontece só nessa região.

Entre os 16 países analisados, o suicídio entre jovens passou de uma taxa de 4 para cada 100 mil habitantes em 2000 para 4,7 em 2005, aumento de cerca de 20%. Dos 10 países do mundo onde se suicidam mais jovens que pessoas de outras faixas etárias, sete são na América Latina.

Os números

Nos dados usados no estudo de 2005 – os mais recentes disponíveis para o conjunto de países –, há informações positivas:

> Uma delas é a redução significativa de mortes violentas na Colômbia, que passou de 77,3 por 100 mil habitantes em 2002 para 43,8 por 100 mil em 2005

> O Brasil também teve uma pequena redução: de 27,4 para 25,2 no mesmo período

> Mas o crescimento na América Central impressiona. Estimativas apontam para um aumento ainda maior em El Salvador, na Nicarágua, e em Honduras para 2006, o que levaria os dois últimos a também passarem a Colômbia no ranking de mortes


Zero Hora.

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