quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Britânico que engravidou filhas 19 vezes pega perpétua

Um homem acusado de estuprar suas duas filhas por quase 30 anos, engravidando-as 19 vezes, foi condenado à prisão perpétua nesta terça-feira na Grã-Bretanha.

O britânico de 56 anos, da cidade de Sheffield (norte da Inglaterra), não foi identificado por razões legais. Ele tem sete filhos vivos com as filhas e já havia reconhecido ser culpado de 25 acusações de estupro e quatro de atentado ao pudor.

Segundo informações divulgadas durante o julgamento, num tribunal de Sheffield, os abusos foram cometidos entre outubro de 1979 e fevereiro de 2008, quando as mulheres, atualmente na faixa dos 30 anos, romperam o silêncio e contaram o que acontecia a assistentes sociais.

As irmãs começaram a sofrer os abusos quando tinham apenas oito anos de idade, separadamente, mas apenas perceberam que passavam pela mesma situação quando ficaram grávidas, alguns anos depois.

Nas 19 vezes em que elas ficaram grávidas do pai, nove crianças nasceram, mas duas morreram após o nascimento. As outras dez gestações foram interrompidas por abortos espontâneos ou provocados.

O condenado poderá ser beneficiado por uma revisão da pena, mas terá que permanecer no mínimo 19,5 anos atrás das grades, de acordo com o veredicto.

Dominação

O promotor do caso, Nicholas Campbell, disse que o réu provocava medo em todos os membros da família. "Quando ouviam o carro estacionando em frente à casa, os filhos e a mãe corriam para seus quartos."

"Quando uma das vítimas tentava acabar com o abuso sexual, ele ameaçava matá-las e aos filhos, e quando elas ameaçavam contar à polícia, o acusado afirmava que ninguém iria acreditar", afirmou o promotor.

"Ele também disse que, se elas revelassem tudo, as crianças seriam tiradas delas."

O promotor também afirmou que, quando perguntadas sobre quem era o pai das crianças, as filhas escondiam o que estava ocorrendo. Elas disseram ter chegado a tomar anticoncepcionais, mas que pararam, seguindo as ordens do pai.

Ferimentos

"As irmãs lembram que eram mantidas fora da escola quando tinham algum ferimento no corpo. O acusado também mantinha a família isolada e poucos visitavam a casa", acrescentou Campbell.

O promotor afirmou que as crianças não tinham babás e, quando o pai e a mãe saíam da casa, elas eram trancadas em seus quartos.

Uma das filhas disse que, em uma ocasião, ligou para assistentes sociais da cidade pedindo garantias de que elas poderiam ficar com seus filhos, mas, como elas não tiveram esta garantia, a ligação foi interrompida.

O caso teve repercussão na imprensa britânica, que traçou paralelos entre o condenado e o austríaco Joseph Fritzl.

Fritzl manteve sua filha Elizabeth presa no porão por 24 anos e teve sete filhos com ela. O caso foi descoberto em abril de 2008 e ele foi indiciado neste mês por assassinato, estupro e escravidão.


BBC Brasil.

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