A principal causa de lesões em mulheres de 15 a 44 anos no mundo é a violência doméstica, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, quase 70% das agressões são registradas dentro da própria residência, de acordo com o levantamento apresentado no Mapa da Violência 2012. Não há um roteiro para os casos de violência doméstica ou familiar, mas algumas características são comuns a grande parte das agressões envolvendo casais. Confira uma das formas mais comuns de evolução da violência, conforme especialistas consultados pela reportagem.
O início
O agressor costuma se envolver rapidamente e ter comportamento sedutor. Pode ter histórico de agressões em relacionamentos anteriores ou ter sido vítima de violência na infância.
Primeiros sinais
O agressor assume um comportamento controlador e ciumento e pode ter desempenho sexual ruim. Nos momentos de conflito, o casal tem baixa capacidade de negociação.
Fase da tensão
O agressor fica irritado ao se deparar com frustrações e insatisfação com a mulher. Fica impulsivo e demonstra o exercício de poder. Ao se sentir ameaçada, a mulher já deve procurar ajuda.
Agressão verbal
A desqualificação costuma ser a primeira forma de agressão, com ataques à capacidade profissional, intelectual ou das características pessoais da mulher, minando sua autoestima. Quando há filhos, eles também são ameaçados.
Dor silenciosa
A mulher ainda não se vê como vítima de violência, ou tem esperança que o agressor mude, ou ainda tem medo de não dar conta do sustento dos filhos. Ela pode sofrer calada por muitos motivos, como vergonha ou por não saber a quem pedir socorro.
Isolamento
O agressor passa a criticar familiares e conhecidos da mulher, o que faz com que ela evite outros contatos para evitar conflitos com o companheiro. Com isso, ela se torna mais vulnerável e sente que está sem rede de apoio para pedir ajuda.
Agressão física
Pode começar com pequenos empurrões. A mulher também pode ser contida fisicamente quando tenta sair da situação de conflito. Os episódios podem ter efeito potencializado pelo álcool ou uso de outras drogas.
“Coisa da sua cabeça”
Ao falar sobre o que passa, a mulher pode ser desacreditada e ouvir que “está exagerando”, que “deve ter dado motivo” ou ainda “que ele só está estressado”. Ela também é ameaçada pelo companheiro quando diz em deixá-lo.
Violência patrimonial
Além da agressão verbal e física, o agressor pode destruir pertences e documentos da mulher. Essa agressão tem fundo psicológico, pois rasgar objetos pessoais envia a mensagem de que aquela pessoa não existe.
Força bruta
Na evolução da violência, chega a fase da explosão, com agressões mais fortes, como estrangulamento, arrastões, tapas ou socos. Também pode haver violência sexual.
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Fonte: ADRIANA CZELUSNIAK - Gazeta do Povo |
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Quase 70% das agressões contra mulheres acontecem em casa
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