A liberação da maconha no Brasil favorecerá o tráfico e não diminuirá a violência no país, segundo o procurador de Justiça de São Paulo Marcio Sergio Christino, especialista em crime organizado. Na opinião dele, ao defender o consumo, defende-se quem tem o produto para vender – os traficantes de drogas. As informações são da Agência Brasil.
Para o procurador, não há como distinguir quem vende maconha e quem vende outras drogas, e por isso não há como imaginar que a violência da guerra ao tráfico vai diminuir, caso haja a liberação do consumo de maconha. Na opinião de Christino, a opinião de que a violência vai diminuir é “aventureira”.
O principal problema, diz ele, é que “a legislação brasileira é esquizofrênica”: “Temos uma série de casos de diminuição de pena de forma que a pena por tráfico hoje no Brasil é a menor do mundo, o que causa espanto, dados a força e o crescimento que o tráfico tem”. A solução, na opinião do procurador, deve-se seguir o exemplo de países com penas mais rigorosas para os traficantes, pois só assim vai haver diminuição na venda de drogas.
Um dos argumentos apontados para liberar o consumo de maconha no Brasil é que haja uma regulamentação para o plantio. Christino, no entanto, acha que o país não tem condições econômicas e sociais para isso, que considera “um ônus desnecessário” ao Estado.
O Coletivo Marcha da Maconha promoveu, neste sábado (2/7), uma manifestação pela mudança na Lei de Drogas, como a regulação do plantio, da distribuição e do uso da maconha. Eles também defendem regras para a propaganda do produto, semelhantes às do álcool e do cigarro.
Revista Consultor Jurídico, 2 de julho de 2011
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