quinta-feira, 1 de maio de 2008

Legalização do aborto e fim do serviço militar obrigatório estão entre as prioridades dos jovens

Entre as 22 prioridades aprovadas pelos delegados que participaram da 1ª Conferência Nacional da Juventude, algumas referem-se a temas polêmicos que dividem a sociedade e estão diretamente relacionados aos jovens. Entre as propostas está o fim do serviço militar obrigatório, a manutenção da maioridade penal em 18 anos e a legalização do aborto.

Para Danilo Moreira, secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Juventude e coordenador do encontro, o resultado serve como uma referência para a sociedade.

- São temas que afetam diretamente a juventude. Serve (o resultado) até para sinalizar, porque muitas vezes fica todo mundo debatendo e a opinião deles [dos jovens], que são os principais envolvidos, não é levada em consideração - acredita.

A legalização do aborto aparece no texto da 11ª prioridade, que se refere às jovens mulheres. Os delegados pedem que seja aplicada "a lei de planejamento familiar, garantindo o acesso a métodos contraceptivos e a legalização do aborto". Segundo Moreira, o aborto foi tratado pelos delegados além dos valores morais e religiosos envolvidos, mas como um problema de saúde pública.

Em 14° lugar na lista de prioridades, com 336 votos, os jovens pedem o fim da obrigatoriedade do serviço militar e a criação de programas alternativos de serviços sociais não-obrigatórios.

- É um debate teórico-cultural importante para sociedade brasileira porque com a implementação do serviço civil voluntário, as organizações juvenis colocam a importância do engajamento social em alguma causa relevante para um projeto de país mais justo - defendeu o secretário nacional da juventude, Beto Cury.

A posição contrária à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, foi outra questão polêmica fortemente defendida durante a conferência. "A luta tem sido pelos direitos da juventude e a redução atinge um direito fundamental, que é o da liberdade", analisa Moreira.

De acordo com ele, os debates atuais têm colocado o jovem como agente da violência, quando na verdade ele é a vítima da ausência de políticas públicas.


O Globo Online

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