quinta-feira, 29 de maio de 2008

Cartão do governo pagou despesa de filho de Lula, diz sub-relatório da CPI

A CPI dos Cartões Corporativos identificou o pagamento de uma conta de R$ 112,11 para despesas de internet do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fabio Luís Lula da Silva (conhecido como Lulinha), com cartão corporativo do governo federal. A despesa consta entre os gastos não sigilosos do Palácio do Planalto com os cartões.

A denúncia foi mencionada no sub-relatório apresentado à comissão nesta quarta-feira pelo deputado Índio da Costa (DEM-RJ), que considerou o gasto como "emblemático" para comprovar o uso dos cartões corporativos "em proveito pessoal ou de terceiros".

De acordo com o sub-relatório, a conta teria sido paga por um ecônomo da presidência da República. No boleto bancário com o valor da despesa consta o nome do filho de Lula para o pagamento do portal Universo Online.

"Por que razão e com que direito os impostos pagos pelos contribuintes servem para custear despesas da família do presidente, despesas de terceiros que não possuem qualquer vínculo formal com a administração pública?", questionou o sub-relator.

O deputado cobra investigações "rigorosas" do Ministério Público sobre todas as irregularidades no uso dos cartões corporativos identificadas pela CPI. O deputado também constatou o pagamento de conta em um motel de Brasília por um dos ecônomos da presidência da República --servidor que paga a conta do Planalto-- com cartão corporativo.

O nome de Lulinha veio à tona no ano passado, depois que o filho do presidente foi acusado de tráfico de influência para fechar a compra da empresa Gamecorp pela Telemar por R$ 5 milhões. O filho do presidente era um dos sócios da Gamecorp.

Indiciamentos

Apesar de apontar no sub-relatório uma série de irregularidades no uso dos cartões, Costa e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) não pediram o indiciamento de nenhum ministro ou autoridade do governo federal pelo mau uso dos cartões corporativos.

Costa pede apenas investigações do Ministério Público e do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre os ministros Orlando Silva (Esportes), Altemir Gregolin (Pesca), a ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) e de todos os citados em seu relatórios acusados de irregularidades no uso dos cartões.

Os dois sub-relatores também não sugerem o indiciamento dos envolvidos na montagem do dossiê com gastos da gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Os deputados não criminalizaram a montagem do dossiê no texto. Sampaio disse que, na sua opinião, o único que merece indiciamento é José Aparecido Nunes Pires, ex-secretário de controle interno da Casa Civil --que já foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito que investiga o dossiê.


Folha de São Paulo.

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