Para Miriam Abramovav, estamos diante de jovens em situação de vulnerabilidade. “Há frustração decorrente da falta de expectativas.”
Na última segunda-feira (26), jornais de Brasília noticiaram um aumento expressivo no número de gangues e da violência juvenil. Em artigo, a socióloga e pesquisadora Miriam Abramovav comenta sobre o perfil de jovens envolvidos com a violência. Coordenadora da pesquisa Convivência escolar e violências nas escolas, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), Miriam observa que os jovens, de forma geral, vivem em uma época de profundas transformações, econômicas e de valores, marcada por uma sociedade de consumo ostentatória, com fortes desigualdades sociais, o que suscita no conjunto das juventudes aspirações e frustrações. Segundo a pesquisadora, estamos diante de jovens em situação de vulnerabilidade, com certa descrença na sociedade e em suas instituições, e frustração decorrente da falta de expectativas. “A visão do imediato, do aqui e agora, bem como o dinheiro, o prestígio (“ter moral”), o exibicionismo, a emoção e a adrenalina são elementos atrativos da “gangueragem”. A especialista propõe algumas soluções para o problema: “Torna-se fundamental uma nova visão sobre a juventude, que fomente sua inclusão e emancipação e que amplie uma rede de proteção social, com oportunidades de estudo e trabalho, com política de combate às diferentes violências existentes, promovendo espaços de arte, cultura, esporte e lazer”.
Correio Braziliense.
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