Número representa 26,8% dos moradores das cidades brasileiras.
Um estudo elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado ontem aponta que 34,5 milhões de pessoas que residem em áreas urbanas do país não possuem coleta de esgoto. O número representa 26,8% dos moradores das cidades brasileiras.
O relatório apresentado durante o workshop ''Políticas Sociais e Saneamento Básico: as experiências brasileira e indiana'' realizado em Brasília, foi feito pelos técnicos do Ipea a partir de informações do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A análise dos pesquisadores demonstra outros aspectos que incluem variáveis como raça, condições de habitação e diferenças regionais. A comparação de dados foi feita de 2001 a 2006, último dado disponível.
Neste período, a chamada oferta de serviços de saneamento -que inclui, além do esgoto, a água e coleta de resíduos- avançaram bastante nas regiões Norte e Nordeste do país. Apesar da evolução, o estudo mostra grandes desigualdades regionais.
Em 2001, 66,8% da população residente em áreas urbanas não tinham saneamento básico adequado no Norte. Esse número passou a 59,5% em 2006, numa retração de 7,3 pontos percentuais, a maior das regiões analisadas, mas ainda está longe se comparado à região Sudeste, que detém apenas 10,7% da população residente em áreas urbanas sem esgoto.
O estudo indica que 91% das cidades brasileiras possuem água canalizada e em 97,1% das cidades existe coleta de lixo. O esgoto sanitário é a grande deficiência pois é ausente em 22,2% dos municípios brasileiros.
Levando-se em consideração a variante de grupos de cor/raça em relação ao número de domicílios com saneamento básico adequado, as grandes desigualdades persistem. Apenas 18,7% dos classificados como brancos pelo IBGE não possuem saneamento básico adequado, enquanto 35,9% dos negros ou pardos não são assistidos, conforme dados de 2006.
Superlotação
A análise do Ipea mostra ainda que 13,2 milhões de pessoas no país se enquadram naquilo que o instituto considera superlotação de moradia. Ou seja, são obrigados a dividir um único quarto três ou mais pessoas.
O adensamento excessivo recuou de forma mais acentuada no Centro-Oeste e no Norte, entretanto, as desigualdades se comparadas a outras regiões do país ainda são grandes.
Folha de Londrina.
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