sexta-feira, 2 de maio de 2008

Austríaco que abusou da filha corre risco de ser linchado por presos

da Efe, em Viena

Josef Fritzl, 73, o austríaco que manteve a filha presa em um porão e teve sete filhos com ela, foi isolado no centro penitenciário de Sankt Pölten, próxima à cidade de Amstetten (130 quilômetros de Viena), diante do risco de que outros presos o linchem.

A informação foi divulgada por Günter Mörwald, diretor da penitenciária onde Fritzl é mantido em prisão preventiva.

Em entrevista ao diário austríaco "Heute", Mörwald lembrou que na Áustria, da mesma forma que em muitos outros países, há entre os presos códigos próprios que estabelecem hierarquias para os delinqüentes e crimes.

Os assassinos e estupradores são vistos como o pior tipo de presos, e por isso os detidos por crimes sexuais contra menores costumam sofrer ataques extremos, que vão até o linchamento.

Nem mesmo o isolamento consegue proteger sempre os pedófilos, assegurou ao jornal um homem de 63 anos, que cumpriu na Áustria uma pena de três anos por roubo a banco.

"Quando um preso está na lista negra, sempre há um caminho para chegar a ele. Durante o passeio no pátio, no banho, ou durante a refeição, que costuma ser preparada e servida por outros presos", assinalou.

Enquanto isso, as autoridades deram prosseguimento às intensas investigações no cativeiro subterrâneo e na casa da família Fritzl, na localidade austríaca de Amstetten.

Ao contrário do código dos presos, em que a violação de menores é um dos crimes mais graves, a lei na Áustria prevê penas relativamente moderadas nestes casos.

Fritzl pode ser condenado à prisão perpétua por homicídio, pela morte de um dos bebês nascidos em cativeiro como fruto do incesto com sua filha, mas para isso os investigadores precisam encontrar provas suficientes para ligá-lo ao crime.

Se isso não for possível, o aposentado pegará no máximo 15 anos de prisão por ter trancado e abusado de sua filha por 24 anos, podendo sair sob liberdade condicional após sete anos e meio.


Folha Online.

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