quinta-feira, 1 de maio de 2008

Cientistas usam genes para reverter perda de visão

Cientistas americanos e britânicos conseguiram reverter a perda de visão de pacientes utilizando uma terapia com genes para regenerar as células que percebem a luz.

O avanço mais significativo foi em um rapaz de 17 anos, Stephen Howarth, que mal podia ver à noite.

Depois do tratamento recebido no hospital oftalmológico de Moorfieds, em Londres, ele foi capaz, pela primeira vez, de caminhar sozinho pela rua ou em espaços na penumbra.

Segundo os médicos, a condição de Stephen estava ligada ao mau funcionamento de um gene que prejudicava células detectoras de luz localizadas na parte de trás do olho. Aos poucos, a condição do rapaz piorava, disseram os pesquisadores.

Em uma delicada operação, os cientistas injetaram cópias dos genes na parte de trás do olho de Stephen, que percebeu uma dramática melhora poucos meses após a cirurgia.

Antes, ele mal podia ver o brilho das luzes à noite. Agora, está fascinado com sua capacidade de perceber as falhas na calçada, o meio-fio e as sinalizações de trânsito no asfalto.

O cientista que liderou a pesquisa, Robin Ali, do hospital de Moorfields, disse à BBC que ficou impressionado com a melhora do paciente em um estágio tão inicial dos testes.

"Foi melhor do que esperávamos. Ainda estamos acompanhando o progresso de Stephen, mas esperamos que ele mantenha sua visão por muitos anos", disse o médico, acrescentando que pode haver inclusive uma melhora na condição do jovem.

A mesma técnica foi utilizada por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, resultando na melhora da condição de três pacientes.

O repórter de ciência da BBC Pallab Ghosh disse que estes resultados sugerem que a terapia com genes tem o potencial de ser utilizada no tratamento de uma variedade de problemas de visão.

Ghosh, que conversou com Stephen, disse que o jovem está animado com a possibilidade de que sua visão melhore ainda mais. Mas, nesse momento, a alegria do rapaz se deve à esperança de que ele talvez não esteja mais fadado a perder a visão completamente.


BBC Brasil.

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