Governo de Oklahoma pediu investigação do caso. Veia do preso estourou ao receber injeção, diz departamento prisional.
Clayton Lockett em foto de arquivo do sistema prisional de Oklahoma (Foto: AP Photo/Oklahoma Department of Corrections, File)
A governadora de Oklahoma, Mary Fallin, pediu nesta quarta- feira (30) que a falha no procedimento de execução do prisioneiro Clayton Lockett, de 38 anos, seja investigada. Lockett morreu nesta terça (29) de ataque cardíaco depois que a sua execução, em prisão do estado de Oklahoma, fracassou. "Pedi ao departamento prisional que realize uma investigação completa dos procedimentos de execuções de Oklahoma para determinar o que aconteceu durante a execução de Lockett', afirmou Fallin em comunicado. A Casa Branca também se pronunciou sobre o caso nesta quarta, dizendo que a execução de Lockett ficou aquém dos padrões humanos necessários quando a pena de morte é executada.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o presidente Barack Obama acredita que as evidências mostram que a pena de morte não impede crimes. Mas, segundo ele, Obama acredita que alguns crimes são tão hediondos que a pena de morte é merecida, informa a agência Associated Press.
Falha
Segundo o departamento prisional, os agentes penitenciários usaram nova combinação de drogas em injeções letais, que estouraram uma das veias do prisioneiro. Clayton Lockett começou a respirar com dificuldade, contorcendo-se e tentando levantar a cabeça do travesseiro, depois de três minutos de receber a primeira das três injeções que tomaria segundo a AP. Após 10 minutos ele foi declarado inconsciente. Segundo Robert Patton, diretor do departamento, a segunda e a terceira drogas – uma paralítica e outra para parar o coração - estavam sendo administradas quando o problema foi percebido. Não ficou claro a quantidade de drogas que foi absorvida pelo preso. O prisioneiro movia os braços, pernas e cabeça e também balbuciava," como se tentasse falar ", disse à BBC Courtney Francisco, uma jornalista local presente no momento da execução.
Os funcionários então fecharam as cortinas da sala onde estavam, para que as testemunhas não continuassem assistindo. O alto funcionário da prisão chegou a declarar a suspensão do processo de execução, mas Lockett foi declarado morto minutos depois.
" Acreditamos que uma veia estorou e as drogas não funcionaram da forma esperada ", afirmou o porta-voz do departamento prisional, Jerry Massie, segundo a BBC.
O advogado do condenado, David Autry, questionou a afirmação do porta-voz e disse que seu cliente tinha" braços grandes e veias muito salientes ", segundo a Associated Press.
Padrões humanos
Esta foi a primeira vez que Oklahoma usou o sedativo Midazolam como o primeiro elemento da combinação de drogas para execuções, mas outros estados já o haviam usado. A Flórida administra 500 ml de Midazolam em sua combinação de três drogas; enquanto Oklahoma usou 100 ml. “Eles deveriam ter antecipado possíveis problemas com o protocolo de execução”, disse Autry.
Lockett foi condenado por atirar com uma espingarda em uma menina de 19 anos na casa em que assaltava e por assistir dois cúmplices enterrá-la viva, em 1999.
Outra execução que estava marcada para ocorrer duas horas depois foi cancelada. Os Estados Unidos devem atender a uma exigência da constituição de que a aplicação de injeções letais não podem ser cruéis nem provocar sofrimento incomum."Há sérias preocupações sobre a injeção letal com a revelação cada vez mais de incompetentes execuções realizadas com fármacos questionáveis de fontes questionáveis", assinalou o diretor legal da União Americana de Liberdades Civis em Oklahoma, Brady Henderson, em declarações enviadas à Agência Efe. Vários estados buscam novas fontes de drogas de execução, uma vez que as farmacêuticas, muitas delas com sede na Europa e que se opõem à pena de morte, pararam de vender as drogas letais convencionais para prisões.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário