terça-feira, 27 de maio de 2008

STJ decide nesta terça sobre liberdade a pai e madrasta de Isabella

Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella Nardoni, 5 anos, réus no processo que apura a morte da menina, jogada pela janela do apartamento do casal, no sexto andar, prestam nesta quarta-feira o primeiro depoimento à Justiça. O interrogatório está agendado para 13h30m, no Fórum de Santana, e será conduzido pelo juiz Maurício Fossen. Nesta terça, o Superior Tribunal de Justiça deve julgar o mérito do pedido de liberdade do casal. A liminar que pedia soltura imediata foi negada.

A partir daí, testemunhas relacionadas pelo promotor Francisco Cembranelli e pelos advogados do casal também serão ouvidas em juízo. Depois disso, o juiz Maurício Fossen vai decidir se encaminha o caso para Júri Popular ou não. Se essa for a opção feita, o casal será julgado por sete pessoas, escolhidas na sociedade.

Nesta segunda-feira, o legista George Sanguinetti, contratado pela família Nardoni para buscar falhas nos laudos da polícia que ajudem a inocentar o casal, afirmou que não houve asfixia . Para ele, Isabella morreu por politraumatismo, causado pela queda, e não foi asfixiada antes. Os laudos da polícia paulista afirmam que Isabella sofreu asfixia mecânica e teria sido esganada por Anna Carolina Jatobá antes de ser atirada pela janela pelo pai, Alexandre Nardoni.

Para o promotor Francisco Cembranelli, que denunciou o casal Nardoni à Justiça, há tentativa de tumultuar o processo . Para ele, nada muda no que pensa o Ministério Público e espera, também, que não haja interferência na decisão da Justiça.

Cembranelli disse que foi "antiética" a maneira como foi feita a exposição do caso Isabella pelo médico-legista George Sanguinetti.

- Na primeira aparição desse profissional ele já expõe essa criança (Isabella) morta, uma fotografia que chocou a todos - disse o promotor, acrescentando que a apresentação da foto demonstrou falta de "ética" e de "escrúpulo".

O promotor afirmou que o parecer do médico-legista em nada mudou o caso e que ele continua acreditando trabalho realizado pelos mais de 15 peritos do Instituto Médico Legal e do Instituto de Criminalística de São Paulo.

Depois da entrevista à imprensa dada pelo legisla Sanguinetti para contestar o trabalho da polícia, o advogado Marco Polo Levorin, que defende o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, disse que vai usar o laudo de Sanguinetti para pedir no 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana a revogação do processo que acusa os dois pela morte da menina, juntamente com a revogação da prisão preventiva de ambos. A defesa já impetrou dois habeas corpus para libertar o casal. Além do habeas corpus a ser julgado pelo STJ, outro foi impetrado em segunda instância e será julgado em junho pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Os dois tiveram a liminar negada. A defesa poderá ainda recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).


O Globo.

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