terça-feira, 20 de maio de 2008

Síndrome da Pressa afeta 10% das pessoas





Sabe aquela pessoa que corre o tempo todo, mesmo quando não há necessidade? Ela pode ser uma apressada compulsiva.


Correr contra o tempo, estar sempre na pressa, inquieto e incapaz de relaxar são comportamentos cada vez mais comuns. São também os comportamentos que caracterizam o que os especialistas chamam de Síndrome da Pressa. Embora não seja uma doença catalogada, a estimativa é que 30% das pessoas economicamente ativas sofram do mal. Entre a população geral, cerca de 10% podem ser considerados “apressados compulsivos”.

De acordo com a pesquisadora do Centro Psicológico de Controle do Estresse, Lúcia Novaes, Síndrome da Pressa é o nome popular que foi dado a um padrão de comportamentos descritos em um estudo feito por cardiologistas americanos na década de 50. “Eles (pesquisadores) perceberam que pessoas com um determinado perfil eram mais propensas a desenvolver algumas doenças. São pessoas apressadas, com comportamento hostil, competitivas, que têm gana de realização e geralmente são perfeccionistas”, explica.

Embora algumas pessoas tenham uma tendência natural a ser mais apressadas, o ambiente em que vivem influencia nas atitudes e comportamentos. “Percebemos que é um problema comum em executivos. Mas pode ser que não seja uma conseqüência da profissão, e sim que pessoas com esse perfil tendam a escolher esse tipo de carreira”, esclarece.

Apesar de ser um tipo de comportamento que muitas vezes tem origem na vida profissional, a Síndrome da Pressa acaba afetando outras esferas do cotidiano e já atinge também as crianças. “Hoje tudo é rápido: os desenhos animados, os filmes, a música. São muitos estímulos. É só observar as crianças, elas falam muito rápido e até mesmo quando conversam pela internet abreviam palavras, abrem diversas janelas na mesma hora, tudo para não perder tempo”, exemplifica a psicóloga e psicanalista Carlize Ogg Nascimento.

Segundo a diretora do Centro Psicológico de Controle do Estresse, Marilda Lipp, indivíduos que sofrem da síndrome da pressa são tomados por uma constante sensação de urgência. “Mesmo sem perceber, a pessoa faz tudo correndo. Se está no shopping passeando, quer fazer tudo rápido; em um restaurante não tem paciência de esperar por uma mesa. Quando tira férias ou nos fins de semana, não se desliga e fica desconfortável quando não tem nada para fazer”, exemplifica.

Consequências

A sociedade contemporânea valoriza quem é rápido e cobra essa agilidade. Por isso, muitas vezes o apressado não consegue perceber que algo está errado. “Ele não vê a pressa como problema, pelo contrário, se orgulha de ser rápido e muitas vezes não quer mudar. Geralmente, só nota algo errado quando tem alguma relação, pessoal ou profissional, prejudicada”, diz Marilda.

A pressa também tem consequências físicas. A correria pode resultar em úlcera, enfarte ou problemas de pele.


Gazeta do Povo.

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