sábado, 3 de maio de 2008

Relatório contém equívocos contra pai e madrasta de Isabella

O relatório elaborado pela Polícia Civil de São Paulo a respeito do assassinato da menina Isabella Nardoni, 5, incluiu informações equivocadas e omitiu outras a fim de deixar mais contundentes as acusações contra o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, de acordo com reportagem de Rogério Pagnan publicada na da Folha de S.Paulo neste sábado.

No relatório enviado à Justiça, a delegada Renata Pontes afirma que o coordenador em segurança Waldir Rodrigues de Souza, morador do prédio vizinho ao London, afirmou ter chegado em seu apartamento às 23h30 e, "em dado momento, sua mulher foi despertada por uma discussão de homem e mulher, vinda do prédio ao lado" --seriam os Nardoni.

"Na íntegra do depoimento de Souza, porém, é possível verificar que ele disse ter chegado às 21h30 ao apartamento. Ou seja, duas horas mais cedo", observa a reportagem.

"Esse equívoco da polícia não teria muita relevância, porém, não fossem os detalhes omitidos no relatório: a briga, segundo ele, ocorreu por volta 'das 23h', 'durou cerca de 15 minutos', e que ouviu uma mulher dizendo 'jogaram a Isabella do sexto andar' tendo 'visto claramente o horário no relógio que indicava 23h23'", conclui a Folha

Segundo o próprio relatório, o carro da família Nardoni, um Ford Ka, desligou seu motor na garagem do edifício London às 23h36m11. O depoimento foi um dos 20 citados pela Polícia Civil no relatório. Foram ouvidas, ao todo, 67 testemunhas.

Meninos

O Conselho Tutelar de Guarulhos (Grande São Paulo) (visitar na segunda-feira (5) os filhos mais novos de Nardoni e Jatobá, de 3 anos e 11 meses. Na quarta-feira (30), conselheiras foram ao apartamento da família Jatobá, onde o casal está hospedado desde o último dia 19, porém foram dispensadas pela família.

Para o advogado Ariel de Castro Alves, secretário-geral do Condepe (Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana), os meninos podem estar psicologicamente abalados pelo crime.

Justiça

O juiz Maurício Fossen e o promotor Francisco Cembranelli, do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo, analisam o relatório da Polícia Civil sobre a morte da menina neste feriado prolongado do Dia do Trabalho.

O promotor deve emitir pareceres sobre o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil e sobre a possibilidade de acusar formalmente os dois entre segunda e terça-feira. O juiz, então, decide sobre os dois pontos.

Prisão

No pedido de prisão preventiva, a Polícia Civil argumenta que existe a possibilidade de, solto, o casal alterar provas obtidas pela perícia --coagindo testemunhas, por exemplo-- ou fugir.

O advogado Rogério Neres de Sousa, um dos responsáveis pela defesa do casal, afirma que o casal está no "apartamento da família Jatobá [em Guarulhos] há vários dias", sem nem "pôr a cabeça na janela" e, por isso, jamais poderiam alterar quaisquer provas. Ele disse que outro argumento considerado pela Polícia Civil, o de ofensa à manutenção da ordem pública, ou seja, de que os dois causam tumulto "aconteceu, mas já passou".


Folha de São Paulo.

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