terça-feira, 27 de maio de 2008

Prisão por embriaguez cresce 20%

No feriado, 42 motoristas foram detidos em flagrante e tiveram carteira suspensa nas rodovias estaduais de SP.


O número de motoristas autuados em flagrante por embriaguez nas estradas estaduais de São Paulo, durante o feriado de Corpus Christi, foi 20% maior em comparação com o mesmo feriado do ano passado. Durante a operação, 42 motoristas foram presos em flagrante por dirigirem embriagados. Além da fiança para serem soltos, todos foram multados em R$ 957, tiveram a carteira de habilitação suspensa e terão de responder na Justiça por crime de trânsito. As autuações por embriaguez aumentaram porque a fiscalização foi intensificada.

Nas estradas federais, pouco mais de 200 motoristas foram flagrados com teor de álcool acima dos níveis permitidos. Vários deles tiveram o veículo e a carteira de habilitação apreendidos. No Rio Grande do Sul, um motorista embriagado foi preso quando tentava subornar policiais.

Entre os dias 21 e 25 de maio, a Polícia Rodoviária Estadual registrou 1.164 acidentes. No feriado prolongado de fevereiro foram 1.056 e no Corpus Christi do ano passado, 1.074. "São épocas distintas. No carnaval, a condição adversa é a chuva. Nesta época do ano é a neblina. Essa situação, combinada ao abuso de álcool, à inabilidade do motorista e à imprudência, causou o aumento", explicou o tenente Cláudio Rogério Ceolini.

"Mas só isso não adianta. É preciso que haja uma mudança cultural. A sociedade não pode aceitar com naturalidade que um motorista beba", disse Ceolini. Hoje, a Câmara dos Deputados deve encerrar a votação da MP da Lei Seca, que libera a bebida nos perímetros urbanos, mas adota a política do "bêbado zero", de forma que todo o motorista flagrado bêbado poderá ser proibido de dirigir por um ano, além de pagar multa.

FEDERAIS

Nas estradas federais, os números de acidentes (1.345) e de mortos (86), de zero hora de quinta-feira à meia-noite de domingo, ficaram ligeiramente abaixo do mesmo período do ano passado, quando morreram 92 pessoas em 1.398 acidentes. Com as últimas vítimas, já somam 548 os mortos nos últimos seis feriados prolongados no País. O total de feridos ficou em 867, nove a mais do que os registrados em 2007.

No feriado prolongado anterior, de 1º de maio, foram registrados 1.486 acidentes, com 63 mortos e 966 feridos. De acordo com a PRF, a imprudência e o consumo de álcool foram os principais fatores das tragédias nesses feriados.

Para o médico Alberto Sabbag, pesquisador da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, a fiscalização ainda é ineficaz. Segundo ele, o número de abordagens não é suficiente para criar no motorista a sensação de que existe controle. "O País tem estrutura para monitorar o veículo, mas para constatar a embriaguez é preciso abordar o cidadão", explicou. Em 2006, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) facilitou esse processo, autorizando que a polícia autue o motorista visivelmente embriagado, mesmo que ele não queira se submeter a testes que constatam o uso de álcool.

Hoje, diante de qualquer sinal de infração, como não dar seta, por exemplo, o veículo pode ser parado por policiais. Inicialmente, o policial observa as condições gerais do motorista: hálito, modo de falar, coerência das respostas. Depois, pede para ele sair do carro para vê-lo caminhar. Se houver suspeita de embriaguez, o motorista é convidado a se submeter aos testes de bafômetro ou a exames num hospital. Caso o motorista recuse, o policial começa a preencher o auto de infração descrevendo os sinais notórios de que ele está embriagado.


Estadão.

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