A família do padre Adelir de Carli não quis comentar o encerramento das buscas ao religioso, que está desaparecido desde a noite do dia 20 de abril, após levantar vôo no litoral paranaense com cerca de mil balões festivos inflados com gás hélio. De acordo com uma pessoa próxima aos parentes do sacerdote, que preferiu não ter o nome divulgado, com o encerramento oficial das buscas, a família pretende iniciar processo judicial relacionado à possível morte do padre. Com o fim da procura, o atestado de óbito pode ser requerido à Justiça.
De acordo com a professora de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Sheila Cercal Santos Leal, o Código Civil Brasileiro não estipula um prazo para que seja declarada a morte presumida de uma pessoa. O artigo 7º do capítulo I do código prevê que o indivíduo pode ser declarado morto caso seja extremamente provável que sua vida estivesse em situação de risco.
Ela explicou que o pedido de abertura do processo deve partir da família do desaparecido. A partir daí, o juiz vai analisar laudos do Corpo de Bombeiros e ouvir as testemunhas que certifiquem que a pessoa se envolveu em uma situação de risco. “A sentença judicial vai fixar a data provável do falecimento do desaparecido. A declaração fica condicionada ao aparecimento da pessoa. Se ela voltar, reassume a vida de onde parou”, afirmou Sheila.
O pároco Francisco Pereira da Costa assumiu interinamente a Paróquia de São Cristóvão e, segundo a Diocese, ele está à frente dos trabalhos desde os primeiros dias do desaparecimento do padre Adelir.
Homenagem
A 12ª Expossafra (feira interativa para caminhoneiros que transitam pelos portos paranaenses), que começou nesta segunda-feira (12), em Paranaguá, vai prestar homenagens ao padre Adelir de Carli. O religioso vai ser homenageado durante uma missa de ação de graças celebrada pelo bispo dom João Alves dos Santos, da diocese parnanguara, no encerramento do evento, na próxima quinta-feira.
Adelir de Carli foi nomeado o responsável pela Paróquia de São Cristóvão, em meados de 2004. Desde então, ele implantou o projeto da Pastoral Rodoviária, que presta apoio a caminhoneiros que trafegam pelo estado. “Na feira, vamos lembrá-lo pelo trabalho desenvolvido na Pastoral e todo o serviço prestado aos caminhoneiros”, disse a coordenadora da Paróquia, Denise Gallas. Ela ressaltou que não se tratam de homenagens póstumas, “pois a maioria dos paroquianos ainda tem esperança de que o padre seja encontrado vivo”.
As 13 comunidades atendidas pela paróquia continuam orando pelo padre Adelir. A vigília dos fiéis permanece ininterrupta desde o desaparecimento do religioso.
Gazeta do Povo.
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