Paco quer sexo todos os dias. Andres quer algumas vezes por semana. Carlos quer uma amizade colorida. David não sabe o que quer. Todos têm, em comum, um quarto livre e um anúncio em classificados virtuais. Os quatro espanhóis, com idades entre 26 e 32 anos, oferecem, para uma inquilina atraente, um lugar para morar. Em troca, em vez de dinheiro, exigem que suas carências sexuais sejam satisfeitas. E deixam claro: apaixonar-se e embarcar num namoro está fora dos planos. É o que mostra reportagem de Priscila Guilayn publicada na edição deste domingo do jornal "O Globo".
- Eu quero sexo normal, oral e, se você concorda, anal também. Não tenho nenhum vício. E você? Bom, para a gente continuar a negociação é fundamental que me mande uma foto, não precisa estar nua, mas quanto mais sexy for, melhor. E me fala também se você é fogosa, tá? - respondeu Andres (que disse ser estudante de pós-graduação em Economia), por e-mail, a uma suposta candidata a alugar um quarto em Madri.
Na Espanha, país onde o preço dos apartamentos está pelos céus, a prática é uma novidade. A situação está tão feia que a ONU já se manifestou, dizendo que o problema da moradia no país é o mais grave da Europa e um dos mais sérios do mundo, calculando em 20% a parte da população espanhola excluída deste mercado pelos valores exorbitantes.
O Globo.
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