Saudar colegas de trabalho é parte importante na construção da imagem de um profissional.
Certa vez, a psicóloga Carla Virmond, diretora da Acta Educação, RH e Carreira, estava a trabalho em uma multinacional quando quatro funcionários estrangeiros, que ela não conhecia, foram cumprimentá-la. Até aí tudo bem. O estranho foi que cada um deu dois beijos no rosto dela. “Eles pensavam que no Brasil todo mundo se cumprimentava assim, mas eu fiquei surpreendida, porque fiquei pensando se já os tinha conhecido antes”, lembra. Por essas e outras, é importante saber cumprimentar os outros no ambiente de trabalho.
Para Carla, é preciso bom senso na hora de saudar os colegas da empresa. “É etiqueta corporativa, igual à educação pessoal. É bom manter uma distância corporal e evitar uma batida nas costas. Se for uma pessoa de idade, é ela quem estende a mão antes”, explica. O cumprimento também deve ser padronizado. Ou seja, nada de dar beijos em alguns e só estender a mão para outros. Estes cuidados evitam “saias-justas” como aquela pela qual a psicóloga passou. “O aperto de mão é a melhor opção, mas o olhar também é importante. Demonstra segurança.”
A saudação demonstra um pouco do perfil do profissional, o que é importante para a imagem da sua carreira. É o que pensa Roberto Picino, diretor da unidade curitibana da empresa caça-talentos Michael Page. “Se você trabalha 10 horas por dia com um monte de pessoas, não vai cumprimentar cada uma com um aperto de mão todo dia. Você não sabe como está o ritmo de trabalho delas e muitas usam o começo do dia para se planejar”, orienta. Para ele, a forma de dar oi depende da área, do tipo da empresa e da situação. “Depois do fim de semana, por exemplo, pode ser diferente.” De qualquer forma, o cumprimento conta bastante, principalmente no primeiro contato. “É avaliado em um processo seletivo como habilidade relacional. Por isso é bom manter o olho no olho”, sugere Picino.
A consultora Dunia Dequech de Oliveira, da El-Kouba Consultores Associados, também considera o cumprimento importantíssimo no dia-a-dia profissional. “É inadmissível não dar saudação, mas a forma como ela é feita depende da afinidade com a pessoa e o momento. Se for para sair de férias, logicamente que vai ser diferente do normal”, opina. Para ela, a forma como é feito o contato com um colega pode minimizar conflitos. “A pessoa deve cumprimentar todo mundo, como um diretor ou um servente, da mesma forma.”
E naqueles casos em que a empresa é grande, tem vários funcionários que trabalham no mesmo lugar e se vêem todo os dias mas não se conhecem e por isso não se cumprimentam? “Acho um desperdício de uma oportunidade de conhecer alguém e aprender, fazer uma troca que pode ser muito interessante”, avalia Dunia. Em eventos fora da empresa, como um almoço de negócios ou uma reunião em outra unidade, o cumprimento tem papel ainda mais forte. “Você imprime o tom do contato pelo cumprimento. A pessoa não vai chegar com informalidade, mas não vai deixar de dar o seu sorriso ou o seu aperto de mão.”
Gazeta do Povo.
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