Amanhã (27), a Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade) lança o estudo "A Privatização da Educação: Estudo do Caso Chileno". Realizado em parceria com o Fórum Nacional de Educação para Todos e Todas do Chile, o estudo foi elaborado pelo economista chileno Marco Kremerman. A publicação analisa fatos históricos e as conseqüências dos processos de privatização da educação pública chilena.
O atual modelo de educação chileno é constituído por escolas municipais, com 46,6% das matrículas; escolas particulares subvencionadas, algumas gratuitas e outras que dispõem de financiamento compartilhado, com 45,1% dos alunos; e as particulares pagas, com apenas 6,8% do total de estudantes. Há ainda escolas municipais que funcionam com financiamento compartilhado no ensino médio.
Segundo o autor do estudo, o economista chileno Marco Kremerman, um dos grandes erros da política educacional chilena foi gerar uma concorrência entre as escolas, tanto por recursos estatais como por recursos provenientes das famílias, sem antes ter construído uma base que assegurasse o exercício de uma educação de qualidade em igualdade de condições.
Além disso, a abordagem também questiona os obstáculos impostos ao direito da educação, como a possibilidade de lucrar com o uso de recursos públicos e a seleção de alunos realizada pelas escolas subvencionadas.
As conseqüências desse modelo são observadas na segmentação extrema do sistema educativo do Chile. Kremerman classifica de "apartheid" a segregação sofrida tanto entre os estabelecimentos de ensino como dentro deles. O economista acrescenta que 84% dos alunos de baixa renda encontram-se em escolas públicas, enquanto que, nos colégios particulares, 63% pertencem à camada social mais rica do país.
Com o estudo, a Clade objetiva um maior debate com os autores da sociedade civil, no Chile em toda a América Latina, visando a um modelo de financiamento que garanta uma educação de qualidade para todos.
Adital.
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