sábado, 24 de maio de 2008

Estados latino-americanos são incapazes de erradicar o feminicídio

A deficiência com a qual as autoridades processam as investigações sobre assassinatos ou mortes violentas de mulheres, assim como a impunidade, são os principais fatores que impedem o acesso à justiça, assegurou Carlos Castresana, da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), durante o Encontro Latino-americano "Não ao Feminicídio", que se realiza esta semana na Cidade da Guatemala.

O evento é realizado pela Aliança para a Ação Prevenindo o Feminicídio na Guatemala, integrada pela Fundacão Sobreviventes, Convergência Cívico-Política de Mulheres (CCPM) e pelo Centro de Pesquisa, Capacitação e Apoio à Mulher (CICAM), com o aporte solidário do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Fundação Ford, entre outras entidades, e tem como principal objetivo debater sobre o fenômeno na América Latina.

Castresana indicou que a maioria dos estados na região tem sido incapaz de prevenir, atender e erradicar o feminicídio, situação derivada da falta de interesse que mostram seus funcionários e funcionárias por entender as causas e efeitos da problemática e da normativa relacionada com os direitos das mulheres.

O representante enfatizou que a CICIG trabalha em uma pesquisa que determinará se na Guatemala existe o marco legal adequado para combater esse tipo de crime, quais são as deficiências das instituições encarregadas de atender a temática e as carências do sistema judicial.

O funcionário internacional ressaltou a importância de que os agentes policiais e os fiscais implementem efetivamente os protocolos de pesquisa, dessa forma será apresentado um caso sólido diante do juiz competente, que poderia concluir com a sentença condenatória.

Assistem ao evento representantes de organizações de mulheres do México, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Peru e Estados Unidos, que vão expor suas vivências no contexto da luta para erradicar o feminicídio em seus respectivos países, durante a segunda jornada do encontro.

De acordo com as noticias dos jornais nacionais, em 2008 foram registrados 208 assassinatos de crianças, adolescentes e mulheres em nível nacional; em 2007 foram 509.

Na última terça, a imprensa destacou a morte de três mulheres idosas, que tinham entre 70 e 87 anos, assassinadas com armas de fogo em suas próprias casas; uma delas apresentava sinais de violação sexual, outra foi atacada diante de sua família quando tomava o café da manhã.


Adital.

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