sexta-feira, 23 de maio de 2008

Depois do fumo e da obesidade, OMS quer combater o álcool

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira que planeja uma estratégia global para combater o consumo excessivo de álcool entre jovens, que provoca 2,3 milhões de mortes prematuras anualmente, o que equivale a 3,7% da taxa de mortalidade mundial. De acordo com Ala Alwan, diretor de saúde mental da entidade, o abuso de álcool causa sérios problemas de saúde pública. Depois do cigarro e da hipertensão arterial, o álcool em excesso é o terceiro fator de risco para doenças cardiovasculares, cirrose e câncer. O abuso da substância também está associado a acidentes de trânsito, suicídios, crimes violentos e desemprego.

Esta semana, a Inglaterra decidiu lançar uma campanha para que os consumidores se informem sobre o teor alcoólicos das bebidas. Leia aqui .

O projeto, a ser apresentado em dois anos, incluirá uma série de recomendações para os países-membros em relação a regulação de mercado, estabelecimento de preços e distribuição das bebidas, além de campanhas públicas de esclarecimento.

Em 2003, a OMS ratificou o primeiro tratado global de saúde, enfocando o cigarro. Os governos se comprometiam a limitar a propaganda do tabaco e a advertir os consumidores mais agressivamente sobre os malefícios da nicotina. Um ano depois a organização lançou guerra contra a obesidade.

-- Episódios de embriaguez severa e intoxicação são freqüentes entre adolescentes e jovens adultos. O impacto negativo do álcool é maior nos grupos mais jovens de ambos os sexos -- disse Alwan.
Na Inglaterra, internações dobraram em dez anos

O número de pessoas internadas em hospitais ingleses com doenças relacionadas à bebida dobrou na última década, de acordo com estatísticas divulgadas nesta quinta-feira. A França considera proibir as happy-hour em bares e a venda de bebidas de teor alcoólico elevado em boates.

Ministros da saúde de diferentes países apoiaram a iniciativa desde que sejam levadas em conta os diferentes contextos religiosos e culturais. Na terça-feira, a ministra da Saúde da França, Roselyne Bachelot-Narquin, disse que o consumo de álcool em geral vem caindo em seu país, no entanto, casos de abuso têm crescido.

Ativistas da saúde, incluindo a Aliança Global de Políticas para o Álcool, comemoraram a iniciativa e disseram que o trabalho deve ser protegido das pressões da indústria. O Grupo Global de Produtores de Bebidas Alcoólicas, do qual fazem parte empresas como Pernod-Ricard, Heineken, Bacardi-Martini, Constellation Brands e Diageo, o maior produtor mundial de bebidas, disseram que a resolução da OMS é "equilibrada e construtiva". O grupo se comprometeu a trabalhar com a OMS na redução do consumo irresponsável e impróprio.


O Globo.

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