Médico que atuou no episódio da morte do empresário alagoano foi sondado para fazer laudo.
Advogados do escritório de Marco Polo Levorin, o coordenador da defesa de Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24 anos, confirmaram ontem que o pai de Alexandre, Antonio Nardoni, enviou documentos ao médico-legista alagoano George Sanguinetti, conhecido pela atuação no caso da morte do empresário PC Farias.
O casal está preso desde o dia 7, em penitenciárias no Interior de São Paulo. Eles são acusados de asfixiar e jogar Isabella Nardoni, 5 anos, filha de Alexandre, pela janela do 6º andar do prédio onde moravam, na Zona Norte da Capital, no dia 29 de março.
O médico-legista alagoano e vereador por Maceió George Sanguinetti (PTB) confirmou ontem que recebeu convite para atuar no caso Isabella. “Recebi esse convite para fazer o mesmo trabalho que realizei no caso do assassinato de Paulo César Farias e sua namorada Suzana Marcolino. Estou estudando todos os laudos e só amanhã (hoje) me pronunciarei se vou ou não aceitar o caso Isabella”, afirmou. Sanguinetti não quis revelar de quem partiu o convite para atuar no caso.
Os advogados de defesa do casal estudam se pedirão ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberdade do casal. O pedido de liminar em habeas-corpus já foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na última sexta-feira. O mérito da solicitação ainda precisa ser analisado pelos dois tribunais.
A defesa discutiu ontem o assunto em reunião no escritório de Levorin. O principal critério considerado será o tempo até o julgamento. No TJ, o assunto entra na pauta somente em 10 de junho; já no STJ, não há prazo previsto.
Para o advogado Rogério Neres de Sousa, a avaliação no STJ não deve acontecer antes de um ou dois meses, o que justificaria a ida ao STF. O Supremo julga casos em que a obediência à Constituição é questionada. E, para Sousa, há desrespeito à Constituição no caso da prisão preventiva de Alexandre e Anna Carolina.
“A Constituição diz que a prisão precisa ser fundamentada na legislação. Como a prisão ofende a lei processual, ofende também os princípios constitucionais. A prisão precisa ser a exceção, não a regra”, disse. “Não nos consideramos derrotados. A cada decisão, tomamos novo fôlego', completou.
Colaboraram Carolina Freitas e Carina Flosi
CASO FAMOSO
George Sanguinetti ficou conhecido por atuar no caso do empresário PC Farias, encontrado morto ao lado da namorada, Suzana Marcolino, em 23 de junho de 1996, no litoral norte de Maceió
O alagoano se opôs ao laudo do legista paulista Badan Palhares, que defendia a tese d e homicídio seguido de suicídio. Para Sanguinetti, PC e a namorada foram vítimas de duplo homicídio.
Jornal da Tarde.
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