quarta-feira, 21 de maio de 2008

A cada minuto uma mulher morre de causas relacionadas à gravidez

A organização internacional de defesa dos direitos da infância, Save the Children, divulgou seu Relatório anual sobre o Estado Mundial das Mães e revelou que a
cada minuto morre uma mulher durante a gravidez ou o parto; em média, uma de cada 21 mulheres morre de causas relacionadas à gravidez.

Na América Latina, o documento trouxe quatro destaques positivos: Cuba, Argentina, Uruguai e Costa Rica, que figuram entre os 10 primeiros países em que as mães vivem melhor. O destaque negativo, nas Américas, foi os Estados Unidos, que, apesar de ser um país desenvolvido, ficou apenas em 27º lugar.

O relatório traz ainda dados sobre a infância no mundo. E eles são alarmantes: 200 milhões de crianças não recebem atenção médica básica. Em conseqüência disso, quase 10 milhões de crianças morrem de doenças previsíveis ou tratáveis como malária, diarréia e pneumonia. Segundo o levantamento, pelo menos 6 milhões dessas crianças poderiam ser salvas. As maiores vítimas são as crianças mais pobres.

"Apesar de que nas últimas décadas foram feitos progressos muito importantes na redução da mortalidade entre as crianças menores de cinco anos, a taxa de mortalidade entre as crianças mais pobres não se reduziu tão favoravelmente e, em alguns países, inclusive piorou", disse o estudo.

Em países como o Peru e as Filipinas, as crianças mais pobres têm 3,2 vezes mais chances de não receberam atenção médica. Quase 50% das crianças peruanas necessitam de atenção médica; entre as filipinas, são 46%. Nos 55 países em desenvolvimento, as diferenças entre os mais pobres e os ricos se fazem mais evidentes, pois, em 30% deles, as crianças não têm acesso a cuidados médicos básicos.

"Se todas as crianças - ricas e pobres por igual - tivessem acesso a um programa básico de atenção sanitária, 6,1 milhões de crianças poderiam sobreviver a cada ano", disse o documento. Cuidados como o pré-natal, assistência qualificada durante o parto, imunizações, que poderiam salvar a vida de milhares de crianças e mães, não são realizados.

No mundo, uma de cada três crianças sofre de desnutrição. Metade da população mundial não tem acesso a água segura. Na Etiópia e na Somália mais de 80% das crianças não recebem cuidados médicos. O gasto com saúde também é desproporcional entre os países pobres e ricos. Se gasta menos bem menos com saúde do que o necessário e, além disso, "as causas que provocam a morte da maioria das crianças não recebem a porcentagem de financiamento que lhes deveria corresponder".

Na América Latina, as piores taxas de sobrevivência infantil - que também estão entre as piores do mundo - são de Brasil, Bolívia e Peru. De acordo com o Ranking de Acesso à Atenção Sanitária, o Peru tem a pior taxa de sobrevivência: as crianças peruanas mais pobres têm 7,4 vezes mais probabilidades de morrer que as crianças mais ricas.

As recomendações da Save the Children são: desenvolver programas de assistência sanitária dirigidas às mães e às crianças mais pobres; fortalecer os sistemas de atenção sanitária básica; oferecer atenção básica para a saúde das mães; e investir em trabalhadores sanitários da comunidade para chegar até os mais pobres com cuidados básicos que podem salvar vidas.


Adital.

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