quarta-feira, 28 de maio de 2008

Bracelete e celular já são itens de autodefesa

Em SP, feira de segurança que vai até amanhã traz robô que vigia casa.


A pequena figura mede 1,20 metro, tem 50 quilos e se move, aparentemente sem paciência, para a esquerda e para a direita pelos tapetes vermelhos do Centro de Convenções Imigrantes, na zona sul de São Paulo. Girando em torno do próprio eixo, com a cabeça inclinada, parece desconfiado. E é essa a sua função: o robô colombiano BX-Cobra foi apresentado ontem como a primeira máquina vigilante do Brasil, com sensores que identificam fumaça, calor e modificações no ambiente.

O "vigia andróide", criado na Colômbia com a mesma tecnologia utilizada para desarmar minas terrestres, é uma das novidades da 11ª Exposec, a Feira Internacional da Segurança, que será encerrada amanhã. Com mais de 600 expositores de todo o Brasil e de outros 13 países, a feira reúne de aparelhos difundidos no segmento, até outros, novos e de uso duvidoso - o robô, embora tenha saído da fase de protótipo, ainda não tem destino definido.

"São aparelhos caros e ainda com limitações, como as dificuldades de mobilidade e o fato de ainda não serem à prova d?água, mas é fato que a robótica está avançando e a segurança privada tem de começar a pensar nisso", diz o gerente de marketing da empresa responsável pelo projeto, Luciano Caruso. Hoje, o robô não sai por menos de US$ 25 mil.

A maior parte dos estandes, espalhados por sete vielas em 22 mil m², apresenta atualizações à tecnologia de aparelhos já existentes - como uma câmera que corre sobre trilhos a 15 quilômetros por hora e tem zoom de 35 vezes e aparelhos ativados por sensores que enviam mensagens de celular a cada vez que uma porta é aberta.

A cada ano, novidades são apresentadas aos representantes de um segmento que reúne 8 mil empresas no País. Nesta edição, além do robô, há um celular de autodefesa e um bracelete que cria "cercas virtuais", entre outros.

O Titan, à primeira vista, parece um telefone celular comum. Prateado, pequeno, com dial numérico de 16 teclas e tudo. Apesar disso, somente três delas funcionam: uma para apitar, uma para acender uma lanterna e outra para dar choque de 50 a 100 mil volts. "Isso pode salvar uma vida", diz Paulo Lourenço, representante da marca.

Criado por uma empresa canadense, o bracelete rastreador foi criado para a segurança de executivos, crianças e idosos - mas pode virar pesadelo para jovens que buscam fugir do cabresto dos pais. "Podemos criar uma ?cerca virtual?, que avisa aos pais se o filho sair do perímetro que foi combinado para a balada ou mesmo ultrapassar uma certa velocidade no carro previamente definida. Acabou a festa", brinca o engenheiro Eduardo Shiobara.

Nos três dias do evento, 28 mil pessoas são esperadas, fechando cerca de R$ 100 milhões em negócios. O crescimento da feira, porém, como admitem os próprios organizadores, pode ser visto como reflexo da sensação de insegurança do País.

PROTEÇÃO

O que vem por aí

?Vigia Andróide?: O robô vigilante BX-Cobra, fabricado na Colômbia, tem dois sensores que detectam fumaça, presença de pessoas e qualquer alteração no ambiente. Serve para fazer rondas em grandes ambientes internos, como empresas que ocupam andares inteiros. Tem a capacidade de transmitir e captar áudio. Sua principal limitação é em relação à mobilidade. Custa U$ 25 mil ou U$ 3,2 mil o aluguel mensal. Ainda não há nenhum exemplar em uso no Brasil. Empresa: Graber, (0xx11) 4208-9900

Chocante: O Titan pesa 110 gramas e em tudo se parece com um
celular - exceto que dá um choque de 50 mil a 100 mil volts quando encostado em alguém. Usado para defesa pessoal, ao ser disparada, a
corrente fica visível na ponta do aparelho e emite um zumbido. Multiuso, ainda tem função de alarme e lanterna. Expositor: Policeshop, atendimento@policeshop.com.br

Acorda!: O Sleep Alarm evita que as pessoas durmam enquanto dirigem. Encaixado na orelha, emite alerta sonoro de 5 decibéis a cada movimento brusco da cabeça do motorista - evitando as populares "pescadas". Há duas versões: de alerta sonoro e vibratório.
O preço varia entre R$ 8 e R$ 12, para revendedores, e entre R$ 15 e R$ 30 para consumidores. Empresa: Stracta. (0xx35) 3471-1355

Câmera Térmica: Com duas unidades em uso no País - em refinarias da Petrobrás -, a câmera Esprit TI dispensa luz para funcionar: capta só modificações de temperatura. É indicada para monitorar áreas extensas, onde há pouca iluminação, como refinarias, represas e áreas portuárias. Empresa: Pelco, (0xx11) 3672-6437

Dedo-duro: Do tamanho de um relógio, o bracelete rastreador utiliza o GPS (que mostra a localização) e o GPRS (que disponibiliza dados como velocidade) para indicar localização, velocidade e deslocamento de quem o usa. Empresa: Hisco. (0xx11) 6884-3200


Estadão.

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