quarta-feira, 14 de maio de 2008

Alexandre Nardoni passa primeira noite em CDP na enfermaria

Ele foi transferido para unidade de Guarulhos na terça, de forma rápida e inesperada.
Durante dez dias, o pai de Isabella deve receber apenas a visita do advogados.


Isolado na enfermaria. Assim Alexandre Nardoni, pai da menina Isabella, passou a primeira noite no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo, de acordo com a secretaria de Administração Penitenciária. Ele foi transferido para o local na tarde de terça-feira (13), de forma rápida e inesperada.

Por volta das 16h, ele deixou, algemado, o 13º Distrito Policial, na Casa Verde, Zona Norte de São Paulo, onde estava detido desde a madrugada de quinta-feira (8).

A mudança foi necessária porque os presos não queriam Alexandre no distrito. Segundo o delegado Reynaldo Peres, do 13º DP, ele deve permanecer em Guarulhos até o julgamento. Peres também chegou a definir o pai de Isabella como uma pessoa fria. “Ele é uma parede fria. É só isso que posso dizer”, afirmou o delegado.

No CDP, Alexandre é monitorado por um agente penitenciário até que haja adaptação. "Se não houver adaptação, ele será transferido tantas vezes quanto necessário", afirmou o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), Aldo Galiano, em entrevista coletiva concedida na terça.

Durante os próximos dez dias, Alexandre só receberá as visitas dos advogados. Tempo bastante para prepará-lo ao primeiro interrogatório, marcado para o dia 28 desde mês.

Anna Jatobá

Detida na Penitenciária Feminina de Tremembé, a 138 km da capital paulista, a mulher de Alexandre, Anna Carolina Jatobá, também está isolada de outras presas. Ela passa por um período de observação que deve durar dez dias, contados a partir de sua chegada ao presídio, na manhã de sexta (9). Os advogados podem tentar prorrogar esse prazo.

Ela já estaria ciente de que o habeas corpus foi negado pela Justiça, mas não se sabe como foi informada. Os advogados devem visitá-la para comunicar oficialmente a decisão, tomada pelo desembargador Caio Canguçu de Almeida, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).


Habeas corpus negado

A decisão do desembargador foi baseada a decisão no inquérito apresentado pela polícia. Canguçu disse que a prisão foi "largamente fundamentada e que diz respeito a crime gravíssimo praticado com características extremamente chocantes".

Ele acrescentou que "sobressaem inequívoco reconhecimento de indícios de autoria e materialidade da infração", além de possíveis tentativas "por parte do casal de descaracterização das provas". O desembargador citou ainda o "risco para a ordem pública, que todo o alarme gerado pela ocorrência está mostrando possível".

Em uma entrevista, o desembargador explicou que - ao contrário do que ocorreu quando mandou soltar o casal em prisão temporária, no mês passado - agora os requisitos para uma prisão preventiva estão presentes. O desembargador também falou sobre o impacto do crime.

“Qualquer um que é pai, qualquer um que é avô, como sou, se impressiona com as circunstâncias em que o fato aconteceu. Então realmente é um crime chocante. Mas só ser chocante não levaria a decretação da prisão preventiva”, disse.

Essa decisão do desembargador é provisória, já que o mérito da liminar ainda vai ser julgado pela 4ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo. Dentro de 20 dias, três desembargadores - entre eles o próprio Caio Canguçu - vão decidir se mantêm ou não o casal preso.

Os advogados de defesa já estão tomando providências. “Estamos estudando a impetração de um novo habeas corpus, antes mesmo do julgamento do mérito do habeas corpus pelo Tribunal de Justiça. Impetraremos agora o pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília”, disse Marco Polo Levorin na terça.

Para o promotor que denunciou o casal, Francisco Cembranelli, este é o papel da defesa. “É um direito que eles possuem, os acusados, de recorrerem em todas as instâncias, mas estou confiante de que a prisão vai permanecer íntegra, e nós avançaremos com o processo”, disse Cembranelli.


G1.

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