sábado, 10 de maio de 2008

Advogados pedem liberdade para pai e madrasta de Isabella

Os advogados que representam Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá --pai e madrasta da menina Isabella -- entraram com um pedido de habeas corpus para o casal nesta sexta-feira.

A defesa do casal passou o dia reunida para terminar o pedido, que foi protocolado às 18h50 no Tribunal de Justiça.

Alexandre e Anna Carolina voltaram a ser presos na última quarta-feira (7), quando o juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri de Santana, decretou a prisão do casal. O casal cumpriu prisão temporária durante as investigações da polícia e foi libertado graças a uma decisão do desembargador Caio Eduardo Canguçu de Almeida, o mesmo que deve julgar o novo pedido de liberdade.

Para a defesa, há falta de requisitos para justificar que o pai e a madrasta de Isabella fiquem presos durante o processo. O advogado Rogério Neres de Sousa, um dos três defensores do casal, afirma que o pedido de habeas corpus questionará o teor da denúncia (a acusação formal apresentada pelo Ministério Público) e a decisão do juiz Maurício Fossen, que decretou a prisão do casal.

De acordo com os advogados, o documento soma cerca de cem páginas.

Para decretar a preventiva, o juiz Maurício Fossen considerou que houve prova material do crime e indícios de autoria do casal. Ele justifica a decretação da prisão não somente para a conveniência do seguimento do processo como também para garantir a ordem pública "com o objetivo de tentar restabelecer o abalo gerado ao equilíbrio social por conta da gravidade e brutalidade com que o crime descrito na denúncia foi praticado".

Isolados

Para o promotor Francisco Cembranelli, Isabella foi asfixiada pela madrasta e jogada do apartamento pelo pai. Na denúncia, entregue terça-feira (6) à Justiça, Cembranelli também responsabiliza o casal por fraude processual --por ter alterado a cena do crime.

Alexandre e Anna Carolina foram hostilizados pelos presos. Ambos estão em celas individuais.

O pai da menina ocupa uma cela do 13º DP (Casa Verde, zona norte), onde há celas para homens com curso superior completo. Ele passou a quinta-feira isolado e, no mesmo dia, chegou a ser colocado com outros presos. Nesta sexta, no entanto, após ser hostilizado, foi novamente colocado em cela individual.

Anna Carolina, após ser presa, foi levada para a carceragem feminina do 97 DP (Americanópolis, zona sul). Ela passou a madrugada de quinta-feira sozinha e, pela manhã, foi transferida para a penitenciária feminina de São Paulo (zona norte), onde também ficou distante das outras presas. Houve protestos e, à noite, a madrasta da menina foi levada para a penitenciária de Tremembé (147 km de São Paulo). Na unidade também está Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais, em 2002.

Visita

Antonio Nardoni visitou o filho na carceragem do 13 DP nesta sexta-feira e disse estar confiante que a Justiça conceda um habeas corpus para o casal.

"Mantenho minha postura de confiança no Tribunal [de Justiça]. Se eles [desembargadores] realmente apreciarem o pedido tecnicamente, eu tenho absoluta certeza na revogação da prisão", afirmou Antonio.

Para o pai de Alexandre, a decisão do juiz Maurício Fossen, que decretou a prisão preventiva do casal, pode ter sido "levada para o lado emotivo" e, com isso, o aspecto técnico teria sido deixado de lado.


Folha de São Paulo.

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