A polícia de Diadema (Grande São Paulo) deteve ontem 112 pessoas, sendo 87 adolescentes, sob acusação de terem promovido uma briga no estacionamento de uma lanchonete McDonald's no centro da cidade. O enfrentamento, segundo a polícia, foi agendado pelo site de relacionamentos Orkut.
Foi necessário usar um ônibus (requisitado de uma empresa local) para levar todos à delegacia, que fica a dois quarteirões do local da briga. A polícia afirmou que, entre os detidos, podem estar pessoas que só passavam pelo local, sem envolvimento no incidente.
Na confusão, uma mulher ficou ferida. Ela foi agredida, segundo os policiais, pelos jovens que conseguiram escapar.
A PM não soube informar o motivo da briga. Um homem que disse ser irmão do integrante de uma das gangues afirmou que a rixa foi motivada pelo roubo de um celular. Segundo a Guarda Civil de Diadema, os troféus das disputas são os bonés dos rivais.
Ao todo, a PM estima que participaram da pancadaria mais de 250 pessoas, de pelo menos seis gangues de Diadema, São Bernardo do Campo (Grande SP) e São Paulo.
Foram apreendidos um taco de beisebol, uma madeira cravada de pregos e uma corrente. A maioria usava bonés com os nomes das gangues. Alguns se autodenominam "famílias".
A briga teve início por volta das 14h30 de ontem. Quando os jovens começaram a se reunir, a Polícia Civil e a Guarda Civil foram alertadas e fizeram um cerco ao local. Foram mobilizados 60 policiais e guardas.
De acordo com o sargento José Aloísio da Silva, foi possível prender tanta gente porque os brigões ficaram encurralados no estacionamento. Não houve resistência. "Nossa ação foi muito rápida. Quem piscou, dançou. Uma boa parte conseguiu escapar. No ônibus, a maioria veio rindo", disse.
De acordo com a Polícia Civil, todos seriam liberados após terem os dados anotados. Foi registrado um boletim de ocorrência de rixa e uma investigação foi aberta para apurar os responsáveis pela organização da briga. A polícia tinha dois suspeitos, mas ambos negaram. Serão usadas imagens captadas pelas câmeras da lanchonete.
Conforme a Guarda Civil, todas as quintas esses grupos se reúnem no mesmo local, mas nunca houve registro de atos de violência como os de ontem.
Folha de São Paulo
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