O austríaco Josef Fritzl, que manteve sua filha num porão por 24 anos e teve sete filhos com ela, foi considerado culpado de assassinato de uma das sete crianças e condenado à prisão perpétua, que será cumprida em um hospital psiquiátrico.
O júri do caso considerou Fritzl culpado de todas as acusações incluindo estupro, incesto, assassinato por negligência e prática de escravidão.
O réu não demonstrou nenhuma emoção durante a leitura do veredicto, afirmou que aceitava a sentença e não entrará com recurso.
O juiz afirmou então que ele poderia conversar com o advogado, mas ele negou movendo a cabeça e foi retirado da corte, ainda sem demonstrar nenhuma emoção.
"Ele mostrou em sua confissão que percebe a dimensão de seus crimes e, assim, este veredicto é uma consequência lógica", afirmou o advogado de Fritzl, Rudolf Mayer.
A pena de prisão perpétua foi determinada depois que Fritzl foi considerado culpado de assassinato por negligência de um dos filhos que teve com a filha Elisabeth, um bebê que morreu logo depois do parto.
O júri aceitou por unanimidade a alegação da promotoria, de que a criança poderia ter sobrevivido se tivesse recebido cuidados médicos que Fritzl se negou a providenciar.
Inicialmente, Fritzl, de 73 anos, negou as acusações de assassinato e prática de escravidão, mas admitiu todas as acusações depois de ver o depoimento de Elisabeth, gravado em vídeo.
Centro de coordenação
Autoridades da corte afirmaram que Fritzl será inicialmente enviado para um centro de coordenação, onde será determinado o grau de periculosidade do réu e se ele poderá passar por terapia antes de ser encaminhado a um hospital psiquiátrico.
Teoricamente ele poderia ser libertado deste hospital caso seja considerado curado e cumpriria o resto de sua sentença em uma prisão normal. Neste caso, ele seria elegível para a libertação em um período de 15 anos.
Segundo a correspondente da BBC Bethany Bell, houve grande interesse da imprensa durante o julgamento.
Quando os primeiros detalhes do caso começaram a surgir em 2008, ninguém conseguia compreender a extensão dos crimes de Fritzl, de acordo com Bell.
No período de 24 anos em que permaneceu presa no porão, Elisabeth deu à luz sete filhos de Fritzl. Três das crianças cresceram com ela, no porão e outras três foram criadas por Fritzl e sua mulher, na casa dele. Um sétimo filho morreu pouco depois de nascer, após apresentar problemas respiratórios.
Este foi o pivô da acusação de assassinato por negligência já que, apesar dos pedidos de Elisabeth, Fritzl se negou a buscar ajuda para a criança.
BBC Brasil.
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