sexta-feira, 20 de março de 2009

Artigo: Violência nas escolas...

A escola é um dos principais cenários de uma comunidade, pelo seu próprio valor na formação e preservação da educação.

A violência que ataca as escolas fora dos seus muros é consequência da própria sociedade na qual ela está inserida. Por outro lado, a violência dentro da escola não deixa de ser reflexo do que acontece fora dela.

Ser for feita uma pesquisa sobre as causas desse processo de violência que está ameaçando a todos, dentro e fora das escolas, o resultado apontaria como causa primeira, inevitavelmente, a educação.

Cabe, consequentemente, perguntar: de quem é a responsabilidade pela ausência do processo educativo, cuja falta o torna gerador da onda de violência que assusta a todos? A resposta é conhecida e os responsáveis são muitos: família, professores, governos, enfim, todos os cidadãos, isto é, os que convivem em sociedade e que estão sujeitos a direitos e deveres.

É importante lembrar, também, que a ausência de responsabilidade pela parte que cabe a cada um na convivência educada, ou seja, ensinar e preservar preceitos básicos de educação e de respeito, está nos limites do descuido, beirando o insuportável.

Na cadeia de convivência e de relacionamentos que fluem no dia-a-dia da vida das pessoas, nem todos são culpados, nem todos são inocentes. Certamente, dentro desses parâmetros maiores de responsabilidade alojam-se outros, concebidos e assumidos sob a ótica pessoal do que cada um entende como seu compromisso.

Não querendo generalizar, mas, talvez, fazendo-o com o propósito de estimular as pessoas a fazerem uma reflexão individualizada sobre este grande mal que é a violência, e que ataca sem escolher a quem, disseminando o perigo e o medo na direção de todos, peço desculpas.

Se a cadeia que se inicia e que tem continuidade na criança educada, filho educado, aluno educado, cidadão educado, profissional responsável e, assim, sucessivamente, em todas as áreas e níveis da sociedade, precisa ser preservada, ela é, sem dúvida, um compromisso de todos os que têm algum vínculo com esses elos.

A sociedade precisa se dar conta de que muros, cercas, grades e câmeras de TV já não estão sendo suficientes para conter a violência, que, na sua brutal arrogância, vai se instalando nas pessoas, até mesmo naquelas que não eram nem pareciam ser violentas. Zelar pelas pessoas é um compromisso da sociedade. Não se pode esquecer que violência gera violência. Exemplos de pequenas violências, por percepções distorcidas, podem gerar violências maiores.

A perda dos limites do respeito na convivência familiar, escolar, social e profissional diminui nas pessoas o senso de oportunidade, de veracidade e de qualidade nos seus atos, tornando-as exemplos e modelos negativos que a sociedade simplificou como pessoas do bem ou do mal.


Cecília Medeiros de Farias Kother, Diretora do Instituto MC Educação Social.

Zero Hora.

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