Grupos de direitos humanos informaram que um blogueiro iraniano, condenado por insultar os clérigos que governam o país, morreu naquarta-feira na principal prisão de Teerã. A Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã e o Repórteres Sem Fronteiras disseram que Mohammad Ali Dadkhah, o advogado de Omid Mirsayafi, de 29 anos, informou que o blogueiro morreu na prisão de Evin. As autoridades iranianas não se manifestaram sobre o assunto.
Os grupos de direitos humanos disseram que Mirsayafi sofria de grave depressão e morreu depois que as autoridades não concederam a ele cuidados médicos apropriados. Não há mais detalhes sobre o ocorrido. "Nós responsabilizamos totalmente as autoridades iranianas", disse o Repórteres Sem Fronteiras em comunicado. "Ele foi detido de forma injusta e não concederam a ele os cuidados médicos necessários".
A Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã pediu que promotores iranianos abram um inquérito sobre a morte do blogueiro. O grupo informou que Mirsayafi foi condenado no mês passado a dois anos e meio de prisão por ter insultado altos funcionários do governo iraniano em seu blog. De acordo com os grupos de direitos humanos, Mirsayafi disse que suas postagens na internet eram lidas apenas por alguns amigos e não tinham o objetivo de atingir uma audiência maior. A maior parte dos artigos de seu blog, agora inacessível, era relativo a cultura e música tradicional persa, informou o Repórteres Sem Fronteiras.
Abusos
Grupos de direitos humanos acusam autoridades iranianas de cometer abusos contra prisioneiros na prisão de Evin, acusação negada pelo governo. Em julho de 2003, a fotojornalista iraniano-canadense Zahra Kazemi foi detida quando tirava fotografias do lado de fora da prisão durante protestos. Ela morreu poucos dias depois em Evin, vítima de um derrame, segundo disseram autoridades iranianas na época.
Um comitê nomeado pelo então presidente Mohammad Khatami descobriu que ela morreu em decorrência de uma fratura no crânio e hemorragia cerebral, causados por "ataque físico". Mais tarde, a Suprema Corte do Irã ordenou a realização de uma investigação sobre sua morte.
Estadão.
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