Mulher deixava criança de um mês como garantia para empréstimos
Um bebê de um mês servia para financiar a dependência da mãe pelo crack na Vila Areia, na zona norte de Porto Alegre.
Na fissura pela droga, ela deixou a criança para uma moradora da região como garantia para um empréstimo de R$ 5 no fim de semana. A menina ganhou ontem um abrigo temporário depois de ser resgatada por uma mulher que se revoltou ao descobrir a situação.
Segundo o relato de moradores da Vila Areia aos conselheiros tutelares, sem ter como comprar a pedra, a mãe deixava a filha com qualquer pessoa que pudesse emprestar alguns reais. Para ter de volta a menina nos braços, precisava devolver o valor solicitado.
Uma mulher de 59 anos, que pediu para não ser identificada, interrompeu no domingo o ciclo em que a criança era usada como mercadoria. Ao visitar a casa de parentes na vila, deparou com um pedido dessa mãe que a desconcertou.
- Ela disse que estava devendo R$ 5 para uma pessoa, que estava com a filha. Ou a resgatava dando dinheiro ou dando cinco preservativos. Eu fiquei com pena e acabei decidindo dar os R$ 5 - conta.
Menina poderá ser encaminhada a adoção
Em seguida, a mãe voltou com o bebê nos braços e pediu um novo favor para a doadora do dinheiro: precisava que ela ficasse um pouco mais com a menina enquanto arranjava comida e dinheiro. Também falou que tinha de conseguir "uma coisinha", provavelmente o crack, da qual não podia ficar sem. Acabou voltado apenas na segunda-feira para dizer que não tinha mais como ficar com a filha.
- Ela veio falando que não tinha achado nada para comer, que eu podia pegar a menina para mim. Disse que ia ficar na rua porque a irmã não a queria mais. Fiquei com pena, eu sou mãe, sou avó, sei como é importante criar um bebê. Por isso levei para minha casa, para proteger - afirmou.
Foi assim que o bebê acabou nos braços de outra família até ontem, quando a Microrregião 1 do Conselho Tutelar assumiu o caso.
- É uma situação triste que, infelizmente, ocorre com alguma freqüência na região. Recolhemos na vizinhança informações de que essa mãe é consumidora de crack. Ela fica usando a criança como garantia para conseguir qualquer troco para comprar a droga - conta o conselheiro Marcelo Bernardi.
Ele elogiou a atitude da moradora da Lomba do Pinheiro, que chamou os órgãos responsáveis.
Uma organização não-governamental (ONG) ficou com a criança provisoriamente. Segundo Bernardi, a família do bebê será procurada novamente hoje. Caso não haja sucesso, deverá ser encaminhada para adoção.
Zero Hora.
Nota do Blog: Que tempos estamos vivendo em??? Como pode uma "mãe" fazer um negócio deste...Meu Deus...é inacreditável...O que você acha leitor????
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