Os dois policiais militares que mataram o menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, na Tijuca, no dia 6 deste mês, foram denunciados nesta segunda-feira pelo Ministério Público.
O cabo William de Paula e o soldado Elias Gonçalves da Costa Neto, que já estão presos temporariamente, tiveram a prisão preventiva solicitada ao 2º Tribunal do Júri. Eles são acusados de homicídio doloso duplamente qualificado e tentativa de homicídio contra a mãe e o irmão de João Roberto, que também estavam no carro da família, atingido por 17 tiros. Na denúncia, o promotor Paulo Rangel diz que Alessandra Amorim e o filho Vinícius só não morreram por "erro de pontaria".
Os crimes são classificados como "covardes e cruéis", já que as vítimas não puderam esboçar qualquer reação. A mãe de João Roberto só conseguiu, durante o ataque, jogar uma bolsa de criança para fora do carro, para indicar que havia inocentes no veículo.
O promotor destaca que o fato de os policiais terem confundido o Palio Weekend cinza dirigido por Alessandra com o Fiat Stillo preto, ocupado por ladrões, que eles perseguiam - ou seja, carros de tipos e cores diferentes - não os isenta de pena. Ele lembra que a mãe de João Roberto parou para dar passagem ao carro da PM, mas teve o veículo ataca do sem que qualquer tiro tivesse sido disparado pelos criminosos perseguidos pelos policiais.
As imagens gravadas por uma câmera na Rua General Espírito Santo Cardoso foram fundamentais para o esclarecimento rápido do crime, já que, segundo a denúncia, os policiais acusados "tentaram mascarar a verdade dos fatos com versões mentirosas". Isso demonstraria uma tentativa de prejudicar as investigações.
Na época em que o crime aconteceu, a polícia civil afirmou que não houve tiroteio e que os tiros foram disparados pelos PMs.
O Globo.
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