quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Padrasto acusado de engravidar enteada

Direção da escola estranhou comportamento da menina de 10 anos; ela contou que era violentada desde os 8
Uma criança de 10 anos de idade foi vítima de estupro cometido dentro de sua própria casa, na periferia de Mirador (Noroeste do Paraná). Nos últimos dois anos, ela vinha sofrendo abuso sexual quase que diariamente pelo padrasto, um motorista desempregado de 37 anos, que foi preso e nega o crime. Além do trauma psicológico, a menina carrega no ventre o resultado da violência: está grávida de quatro meses.

O delegado-adjunto da 8ªSubdivisão Policial em Paranavaí, Deoclécio Detros, informou que a denúncia chegou até a Polícia Civil na última sexta-feira. A direção da escola onde a menina estuda teria estranhado o comportamento retraído da menina e o aumento do volume da barriga. A criança foi levada ao médico, que confirmou a violência sexual e a gravidez.

Depois disso, a vítima foi levada à delegacia onde denunciou o agressor, apesar do medo das ameaças que ele teria feito à ela. ‘‘Ela falou que era violentada pelo padrasto toda semana desde quando tinha oito anos. Em certa ocasião, o rapaz teria apontado uma espingarda para a menina e ameaçado dizendo que a mataria caso ela contasse alguma coisa a alguém’’, revelou o delegado.

Configurado o crime, a Polícia Civil partiu para a captura do suspeito, mas o motorista conseguiu fugir junto com a mãe da menina. O padrasto foi localizado em Paraíso do Norte e, ao checar seus antecedentes, o delegado descobriu que era foragido da Justiça paulista havia cinco anos, por roubo cometido em Presidente Epitácio. ‘‘Ele foi preso por este crime e também já representamos pela sua prisão preventiva por causa da violência cometida contra a enteada’’, complementou Detros. O rapaz nega o crime, mas o delegado adiantou que um exame de DNA deverá esclarecer a paternidade.

O suspeito foi indiciado por estupro e atentado violento ao pudor. Com o aprofundamento das investigações, poderá responder também por tentativa de aborto, uma vez que existe a suspeita de que ele teria dado quatro comprimidos à menina com o objetivo de interromper a gestação.

A mãe da menina foi liberada porque até o momento não há indício de que ela soubesse ou tivesse sido conivente com o crime praticado pelo companheiro. ‘‘Ela sabia da gravidez mas não sabia que o filho era do próprio marido, porque ele orientou a criança a falar que o pai seria um menino que ela não conhecia’’, precisou Detros. A menina permanece na casa da mãe junto com outros dois irmãos.

A conselheira tutelar de Mirador, Ivanilda da Silva, garantiu que ‘‘a menina tem todo a assistência necessária’’. Passou por exames médicos, tanto ela quanto a mãe estão tendo acompanhamento psicológico e não abandonou as aulas. ‘‘Apesar de tudo, agora ela está bem’’, concluiu.

Folha de Londrina.

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