segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ditadura da banda podre

A regra ditada pela milícia do Batan diz que toda locação de imóvel deve ser precedida de análise rigorosa do morador interessado pela associação, dominada pelo grupo criminoso. O principal temor da milícia é a invasão da comunidade pela ADA, facção que dominava a favela antes dos policiais da banda podre. Aspectos da vida íntima ou da comunidade são da competência dos milicianos. O ‘prefeito’ local é um sujeito franzino que só anda de touca ninja na comunidade. Conhecido como ‘01’, ele reveza carros em seus ‘policiamentos’ na favela. Está jurado de morte pela ADA. Costuma amedrontar os moradores posando com sua máscara e arma na cintura na padaria que funciona como ponto de observação dos milicianos, no Largo do Chuveirão. Os criminosos se organizam em turnos para distribuir a função de acordo com o trabalho do policial. Os milicianos fardados formam o primeiro escalão do grupo criminoso, mas recrutam moradores com talento bélico para atuar como sentinelas na proteção de áreas que consideram vulneráveis. A mais frágil no Batan é o morro. Os milicianos já avisaram que pretendem instalar cancelas e portões nas vias de entrada da área.

"Eu era catador de papel. Vocês me vêem todo ferrado assim de dia, mas de noite só dá eu no morro, com a 12 na mão", afirmou senhor de aproximadamente 50 anos.

O miliciano de segundo escalão carregava no chuvoso 1º de maio um carrinho de mão e enxadas. Estava preocupado, pois não conseguia cumprir as ordens dos milicianos. "Acho que vou à Quinta da Boa Vista pegar grama. Se eu arrancar mato e plantar lá, quando crescer vou sentir o peso da Madalena", disse, referindo-se ao caibro utilizado como instrumento de tortura.


O Dia

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