domingo, 29 de junho de 2008

Rapaz de 18 anos morre ao ser baleado em saída de boate na Zona Sul do Rio. PM confessa disparo

Uma briga na porta da boate Baronetti, em Ipanema, na madrugada deste sábado, terminou com a morte do estudante Daniel Duque, de 18 anos. Segundo a polícia, ele e mais dois amigos se envolveram em uma briga com outro grupo, após saírem da casa noturna. O soldado da Polícia Militar (PM) Marcos Parreira do Carmo, cedido ao Ministério Público para fazer a segurança da família de uma promotora, foi preso em flagrante e confessou o crime.

Quando chegou à delegacia, Parreira teve sua pistola apreendida. O PM foi identificado por testemunhas horas depois do crime. Ele foi contactado pela polícia e concordou em se apresentar no 23º BPM (Leblon). Depois, foi levado para a 14ª DP (Leblon).

Segundo o Ministério Público, a ficha de prestação de serviço do PM Parreira é limpa. O órgão afirma ainda que ele e o filho da promotora foram abordados por uma gangue. Parreira deu os primeiros disparos para o alto e o terceiro, na vítima.

Segundo a polícia, a vítima, Daniel, foi à Baronetti para comemorar o aniversário de um amigo. Por volta das 5h, ele e dois rapazes deixaram a boate, e, do outro lado da rua, começou a briga. O PM Parreira fez dois disparos para o alto. Um terceiro foi em direção ao tórax de Daniel. A família do jovem disse que o tiro foi à queima-roupa e pelas costas. Ele foi levado pelos amigos para o Hospital Copa D'Or, mas chegou morto.

Todos os envolvidos na briga teriam estado antes na Baronetti. Segundo a polícia, porém, não houve registros de desentendimentos dentro da boate. Ainda não se sabe a razão da briga, mas os investigadores afirmam que o motivo teria sido banal. O aniversariante amigo da vítima, que não quis se identificar, afirma que eles foram cercados:

- Só eu fui cercado por quatro rapazes. Vi Daniel cair sangrando no chão, mas achei que tivesse sido por um soco, e não por uma arma de fogo.

Além do PM preso, os inspetores já ouviram cerca de dez pessoas, entre amigos de Daniel e funcionários da Baronetti. A pessoa para quem Marcos prestava segurança não teve sua identidade divulgada pela polícia e nem foi convocada a prestar depoimento. A gerência da Baronetti entregou gravações do circuito interno de segurança, mas, segundo a boate, não houve registros de briga dentro da casa. Um dos proprietários da Baronetti, Zeca Werneck, afirma que ninguém entra armado na boate. Segundo ele, a casa tem revista pessoal e um sensor na porta.


O Globo.

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