sábado, 28 de junho de 2008

Justiça Militar nega liberdade provisória a sargento homossexual acusado de deserção

A Justiça Militar negou hoje (27) o pedido de liberdade provisória, feito pelos advogados do sargento do Exército Laci de Araújo. Acusado de deserção, ele está preso desde o dia 4 de junho, depois de ter assumido publicamente envolvimento homossexual com o ex-sargento do Exército Fernando Alcântara, que recebeu baixa hoje das Forças Armadas.

"Eu entendo que, neste caso, não é cabível; não devemos conceder essa liberdade provisória", justificou a juíza militar Zilah Maria Petersen.

A Justiça Militar negou também o pedido de menagem - a possibilidade de se o sargento ficar detido no quartel, mas não preso em uma cela, ou seja, com liberdade de locomoção.

O Conselho Permanente de Justiça para o Exército, que estava reunido durante o depoimento, votou, junto com a juíza, pela realização de uma perícia neuropsiquiátrica e psicológica do sargento Laci de Araújo.

A perícia deve ser realizada já na próxima semana, no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, por uma equipe de médicos civis. “Eu não acredito em um exame pericial feito em uma casa, se há um problema psicológico [nesse lar], ele está lá permanentemente”, afirmou a juíza.

Ao final da sessão, o ex-sargento Fernando Alcântara, disse que esperava uma decisão mais branda. “Foi surpresa, mas em todo o caso, já que vai ter uma análise mais aprofundada, e a gente tem esperança que dê certo”.

Para ele, o transtorno psicológico demonstrado por Laci de Araújo, ao sair do Superior Tribunal Militar (STM), onde ocorreu o depoimento, mostra qual é a condição do sargento. “O ideal seria sair agora direto para o hospital e não para um cela de doi metros por três”, disse o ex-sargento.

Fernando Alcântara acredita que a providência tomada pela juíza, pela realização da perícia, deveria ter sido tomada há muito mais tempo pelo Exército. “Para ele sair totalmente transtornado daqui, é porque ele realmente está sofrendo intensa tortura psicológica”, concluiu.


Agência Brasil.

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