segunda-feira, 23 de junho de 2008

Apesar da lei seca, motoristas embriagados se envolvem em acidentes

Acidentes mataram duas crianças de 3 anos: uma no RS e outra no PR.
No Rio, um homem morreu e outras 5 jovens ficaram feridas na saída de um baile funk.

A lei seca está em vigor no país e prevê multas pesadas no bolso do motorista e até a perda da carteira de habilitação por um ano. Mas a combinação fatal entre direção e bebida voltou a fazer vítimas pelo Brasil.

Amanda, de 3 anos, foi enterrada no fim da tarde deste sábado (21) em São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre. A menina estava em um carro que capotou na sexta-feira (20), na periferia da cidade. Quem dirigia era Nerci Assunção de Barros, pai da menina. Testemunhas disseram que ele bebeu.

“Infelizmente, estava bem embriagado. É difícil dizer isso”, afirmou o vendedor Joel Policarpo.

A mãe da garotinha, Maria Lenir da Silva, também estava no veículo e teve ferimentos leves. No velório, ela defendeu o marido, que foi levado para o presídio central. “Um bom pai. Foi trabalhador. Ele nunca deixou ela abandonada, sempre fez tudo por ela, tudo. Não é justo o que estão fazendo. Foi um acidente. Isso que aconteceu comigo poderia ter acontecido com qualquer pessoa”, afirmou.

Lenir, porém, acabou contando que o marido bebeu. “Mas eu acho que ele tinha bebido”, admitiu.

Segundo a polícia, o motorista não tinha carteira de habilitação e se negou a fazer o teste do bafômetro. Ele foi encaminhado ao Departamento Médico Legal, que atestou embriaguez.

Aos familiares, o pai admitiu que, antes de buscar a filha na creche, ingeriu dois copos de uma bebida com cachaça. O acidente aconteceu a apenas duas quadras da casa da família.

“Ele não teve a intenção, mas ele assume o risco, porque ele teria que presumir, imaginar que com aquela quantidade de álcool estaria embriagado e não teria condições de dirigir, e, conseqüentemente, cometer um acidente”, afirmou o delegado João Bancolini.

Paraná

Ainda na tarde deste sábado, no noroeste do Paraná, um motorista presumivelmente embriagado, invadiu um bar e também matou uma criança de 3 anos. Sete pessoas ficaram feridas. Ataliba Felizardo foi preso em flagrante. “Eu bebi conhaque. Duas doses”, confirmou mais tarde.

No primeiro dia de tolerância zero para quem está alcoolizado ao volante, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não divulgou o número de operações nas estradas. “Manteremos fiscalização rigorosa, pois acreditamos que nós consigamos melhorar esse trânsito brasileiro”, afirmou Alessandro Castro, chefe de comunicação PRF do rio Grande do Sul.

Rio

Mas a falta de infra-estrutura dificulta o flagrante. No estado do Rio, são 20 bafômetros, e apenas sete funcionam. Para a polícia, seriam necessários, no mínimo, 60.

Os equipamentos serviriam para punir motoristas infratores e evitar acidentes como o da saída de um baile funk, na Zona Oeste da cidade: cinco jovens ficaram feridos e um homem morreu.


G1.

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