sábado, 6 de dezembro de 2008

Aumentam denúncias de violência contra crianças

De janeiro deste ano até ontem, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) registrou 1.838 casos de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes no Estado. Em Curitiba, esse número chega a 267 ocorrências.

Os dados têm como base as denúncias feitas pela população por meio do disque 100, um telefone de denúncia nacional que recebe informações sobre qualquer forma de violência praticada contra crianças e adolescentes. O assunto foi discutido ontem em audiência pública promovida pela Comissão de Segurança da Câmara Municipal da capital.

O caso de Rachel Genofre, de nove anos, encontrada morta dentro de uma mala na rodoferroviária de Curitiba no início do mês passado, foi um dos que contribuíram para que as denúncias aumentassem em Curitiba.

"A vinculação de todos os casos de violência extrema gerou um aumento significativo nas denúncias contra a violência infantil em Curitiba. Os conselhos tutelares da cidade estão recebendo, em média, 30 denúncias por semana", revela o representante dos conselhos tutelares de Curitiba na audiência, Anderson da Costa Oliveira.

As discussões em torno do assunto pretendem contribuir para reduzir os casos envolvendo esse tipo de violência. De acordo com o promotor de justiça da Infância e da Juventude no Paraná, Murillo Digiácomo, o MP está preocupado com a quantidade de ocorrências referentes a crimes contra a infância. "Devemos cobrar das autoridades ações e políticas públicas que contribuam para a erradicação da violência contra esses jovens", diz.

O promotor aponta ainda a necessidade de participação da sociedade nas ações atuais. "Para que esses trabalhos nos tragam resultados, é necessário o apoio de toda a comunidade nas denúncias e, também, nas cobranças para que as novas políticas sejam eficazes aos fins para os quais são propostas", continua.

Infância Livre

Motivado pela morte de Rachel Genofre, o pai da vítima, Michael Genofre, aproveitou a audiência pública de ontem para lançar sua organização não-governamental (ONG), denominada Infância Livre.

"Pretendemos iniciar nossas atividades em janeiro do próximo ano. Com a ONG, formaremos redes de enfrentamento a todos os atos que se caracterizam como violência contra crianças e adolescentes. Pretendemos também realizar um trabalho efetivo de apoio às vitimas e prestação de serviços para aqueles que aguardam as investigações e intervenções públicas em suas denúncias", explica Genofre.

Além do disque 100, os telefones 181 e 156 também recebem denúncias de violência contra crianças e adolescentes no Paraná e em Curitiba, respectivamente.

O Estado do Paraná.

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