sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Crise dificulta vida dos imigrantes

No Dia Internacional dos Imigrantes, celebrado hoje (18) pelas Nações Unidas, o cenário não é dos mais favoráveis aos mais de 200 milhões de migrantes internacionais espalhados em todo o mundo. Só na América Latina, mais de 25 milhões de pessoas vivem em países diferentes daqueles de sua origem. A crise sistêmica do capitalismo está afetando mais do que nunca a vida dessas pessoas.

"Na verdade, hoje é um dia de denúncia e de luta pelos direitos dos migrantes. Estamos assistindo atualmente a um retrocesso em relação a esses direitos, principalmente nos países desenvolvidos, em que o imigrante é criminalizado. Com essa crise, os imigrantes são os que mais sofrem", afirma Luiz Bassegio, do Grito dos Excluídos (as) Continental.

No entanto, nos países em desenvolvimento, também há preconceito contra os imigrantes. "Existe a falsa idéia de que eles roubam o emprego dos nacionais, além da questão de discriminação por causa da raça, da cor, da etnia", ressalta. Segundo Bassegio, o fator preponderante para a migração nos dias atuais continua sendo o econômico: "Da mesma forma que existe o fetiche dos brasileiros em relação aos Estados Unidos, há o dos bolivianos e paraguaios em relação ao Brasil. A maioria vem porque não tem condição digna de vida em seus países de origem".

As organizações que lidam com o tema da imigração defendem uma Cidadania Universal, que reconheça todo ser humano em função de sua humanidade e não de sua origem nacional, sendo titular de direitos econômicos, sociais, políticos e culturais, em relação à diversidade, no lugar em que se encontre. "Defendemos não a integração de mercados, mas sim a integração dos povos. A vinda do imigrante tem que ser vista como uma forma de enriquecimento para o país, porque ele produz e contribui com sua cultura", declara Bassegio.

Segundo as previsões da Aliança Continental e do Grito dos Excluídos(as) Continental, a desaceleração do crescimento na América Latina no ano de 2009 afetará as migrações internas na região. A Espanha foi o país que mais recebeu latino-americanos(as). Estima-se que há mais de um milhão de equatorianos(as), assim como milhares de colombianos(as), argentinos(as) e bolivianos(as).

Hoje, em Nova York, será realizada a mesa-redonda "Os Direitos Humanos dos Migrantes: participação em assuntos nacionais e internacionais mais accessível para os migrantes. O debate vai focar de que maneira os novos conceitos de mobilidade humana, transnacionalismo e migração circular afetam a participação dos migrantes na vida pública, incluindo os interesses e as capacidades para contribuir em âmbito econômico, social, cultural e político tanto em seus países de origem como nos países de destino.

Adital.

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