quinta-feira, 3 de julho de 2008

Segurança pública se faz (também) na internet

São dez países da América Latina, representantes de 31 organizações policiais e 12 instituições da sociedade civil. Os integrantes da Rede Latino-americana de Policiais e Sociedade Civil, que já participam de chats e fóruns em uma comunidade virtual têm agora um novo ponto de encontro no ciberespaço: o site Polícia e Sociedade, uma parceria da Rede com o portal Comunidade Segura.



"A grande novidade do projeto e o principal desafio que se apresenta é justamente o de promover o intercâmbio entre pessoas que sejam capazes de expressar idéias e reflexões sobre segurança pública, produzidas ou não no âmbito institucional das corporações", avalia o tenente-coronel Carballo Blanco, coordenador acadêmico da Rede.



O objetivo da Rede é fazer com que experiências de líderes policiais em desenvolvimento institucional de suas corporações possam ser partilhadas e discutidas em nível regional; é criar canais de comunicação entre seus membros que possam resultar em ações locais com base no conhecimento, na informação e na colaboração.



Quem lê viaja



Para isso, a distância física foi respeitada, porém ultrapassada. O site promove a aproximação virtual e uma possibilidade real para os membros da Rede de aprender e ensinar mais sobre a prática policial.



"Nossos membros mais ativos – que participam dos chats, enviam documentos – são premiados com uma viagem de intercâmbio para conhecer corporações policiais de outros países”, conta Rachel Maitre, pesquisadora da Rede. “A idéia é que agora eles produzam também uma análise comparada a partir de cada viagem e que possam viver a realidade do outro para que compreendam melhor a sua”, complementa.



Se as viagens de intercâmbio e os encontros anuais possibilitam o caminho inverso do que se propõe a Rede – fazer com que a troca virtual se consolide em presença física -, o site vem somar outras ferramentas para que esses encontros sejam cada vez mais ricos.



Lá é possível encontrar documentos sobre mandato policial, polícia e juventude, avaliação e controle internos, participação e controle social. "Não podemos ser especialistas em tudo que diz respeito à atuação policial, mas queremos ser referência nos assuntos que decidimos abordar", afirma Rachel.



Além disso, está disponível para download gratuito, o livro “Polícia, Estado e sociedade: práticas e saberes latino-americanos”, cujos autores são os próprios membros da Rede. “Sempre trabalhamos com a idéia de valorizar a produção de conhecimento dos sócios. A partir disso, pensamos em sistematizar o material produzido pela Rede em um livro de aplicação prática, ou seja, que pudesse ser usado nas academias e escolas de polícias e em universidades”, conta Haydée Caruso, coordenadora da Rede. “Separamos a produção por país e fizemos um guia para que qualquer leitor pudesse usar aquele material”, conta.



A casa é sua, pode entrar



Enquanto a comunidade virtual da Rede faz as vezes de sala de reunião, o site exerce o papel de escritório de todos os membros, que poderão disponibilizar ali seus currículos e produção bibliográfica, difundir seu conhecimento para todo o mundo e ajudar a construir uma agenda regional para as polícias da América Latina.

“Os policiais sócios de cada país são líderes em suas instituições e agora queremos multiplicar a Rede, fazendo com que possam criar em seus países dinâmicas locais, que possam construir suas próprias redes”, afirma Haydée. “É importante que a agenda de cada país possa ser trabalhada de acordo com as experiências e produções locais e discutida no âmbito dessa grande rede articulada na América Latina. Para isso, é preciso dar autonomia ao parceiro da ponta”, completa.



Para isso, quanto mais gente, melhor para todos: integrantes de organizações da sociedade civil e membros de instituições policiais que queiram participar da rede só precisam acessar o site e preencher um formulário. Com alguns cliques, o interessado tem a chance de participar das atividades da Rede e de levar sua experiência não só a outros países da América Latina, mas ao mundo todo e ainda pode assinar o boletim eletrônico InterCÂMBIO, com notícias, análises e documentos produzidos pelos membros da Rede e seus parceiros.



“Em última instância, o objetivo a que se propõe o novo site é o de construir uma agenda de trabalho intelectual permanente, protagonizada por lideranças policiais intermediárias, cujos saberes e práticas, ‘ocultos’ ou não, são de relevante interesse e importância para a sociedade, especificamente para a melhoria das condições objetivas e subjetivas de segurança pública e privada e da própria qualidade de vida da população, principal destinatária dos serviços policiais”, avalia Carballo Blanco.


Comunidade Segura.

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