Primeiro no Rio de Janeiro, agora no Paraná. Depois do assassinato de um menino de 3 anos numa ação desastrosa de policiais cariocas, neste fim de semana policiais paranaenses também demonstraram absoluto despreparo e provocaram uma tragédia. Uma jovem de 21 anos foi morta por engano em Porto Amazonas, na região Sul do Paraná. Os dois casos revelam que o poder público perdeu o controle sobre a violência, que há tempos não se restringe às ações criminosas. Ela atinge indistintamente toda a sociedade, especialmente os setores que deveriam atuar no seu controle.
Para o presidente da OAB Paraná, Alberto de Paula Machado, os recentes casos em que inocentes se transformaram em vítimas de policiais são um infeliz exemplo da omissão do poder público no setor de segurança. “A violência toma conta da sociedade, não está restrita aos marginais. Foi disseminada em segmentos onde jamais poderia penetrar”, afirma. “As autoridades policiais, que deveriam estar treinadas para combater a violência, dão provas recorrentes de despreparo.” Segundo o presidente, a OAB espera uma resposta rápida das autoridades sobre a morte da jovem em Porto Amazonas e no aperfeiçoamento da formação dos profissionais que atuam na área da segurança.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná, Cléverson Marinho Teixeira, vê nos casos de violência cometida por policiais a responsabilidade de um poder que há muito tempo deixou de se preocupar com a segurança pública. “O Estado preocupado com questões de ordem política deixou de lado questões essenciais para a população como o controle da violência”, afirma. “O despreparo não é só dos policiais, mas dos governos.”
Fonte: OAB/PR
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