sexta-feira, 11 de julho de 2008

Filha de austríaco que ficou presa por 24 anos presta depoimento

Elisabeth Fritzl, a austríaca que foi mantida em cativeiro durante 24 anos pelo próprio pai e teve sete filhos com ele, começou a ser interrogada pela Justiça.

O depoimento diante da juíza Andrea Humer, no Tribunal de Justiça da cidade de Sankt Pölten, foi antecipado pelo bom estado de saúde e pela rápida recuperação emocional demonstrada por Elisabeth. Ele estava marcado para a próxima semana.

O depoimento formal, cujo conteúdo não foi revelado, está sendo um dos últimos passos da Justiça antes de iniciar o processo contra Josef Fritzl, o pai de Elisabeth.

O caso, ocorrido na cidade de Amstetten, chocou o mundo quando veio à tona no final do mês de abril. Foi quando a polícia austríaca descobriu que Josef Fritzl manteve Elisabeth presa por 24 anos em um cativeiro construído no porão da própria casa.

Neste período, teve sete filhos com ela. Um morreu logo após o parto, três viviam como "adotados" na parte de cima da casa e os outros três no porão, junto com Elisabeth.

Ala especial

Desde a prisão de Fritzl, a família vive reunida numa ala especial da clínica Amstetten-Mauer. Os seis filhos de Elisabeth demonstram uma rápida evolução, tanto do ponto de vista psicológico como do de saúde.

Uma das filhas chegou a participar de uma festa promovida na clínica pelo corpo de bombeiros, com a participação de outros 400 jovens. Até mesmo Kerstin Fritzl, a filha mais velha da relação incestuosa e que saiu do estado de coma há pouco mais de um mês, está se recuperando rapidamente, de acordo com informações do porta-voz da clínica, Klaus Schwertner.

A expectativa é que o processo contra Fritzl dure ao menos até o mês de novembro. O depoimento dado por Elisabeth foi gravado em vídeo para ser utilizado em sessões futuras, evitando que ela tenha o desgaste emocional de encontrar o pai no tribunal.

Josef e seu advogado Rudolf Mayer poderiam acompanhar o interrogatório através de uma televisão em outra sala. Mas o acusado preferiu nem comparecer ao tribunal no dia, segundo afirmou o porta-voz da Promotoria de Sankt Pölten, Gerhard Sedlacek.


BBC Brasil.

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog