quarta-feira, 2 de julho de 2008

América do Sul e as drogas: padrões de consumo




Nova publicação do UNODC e CICAD mostra primeiro estudo comparativo sobre uso de drogas em seis países do continente

Viena e Brasília, 1 o de julho de 2008 - O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) e a Comissão Interamericana para o Controle de Drogas (CICAD/OEA) publicaram recentemente um estudo sobre os padrões de consumo (e fatores associados) em seis países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Peru e Uruguai. A pesquisa contou com o apoio das Comissões Nacionais de Controle de Drogas desses países. O objetivo é fornecer dados comparáveis sobre os países e elementos que orientem políticas públicas sobre drogas na região.

O estudo revelou que Argentina, Chile e Uruguai são os países com o maior uso de drogas ilícitas. A Bolívia tem situação intermediária, enquanto Peru e Equador registram relativamente baixo consumo de drogas. No caso do Peru, aproximadamente 1 em cada 2 usuários de cocaína apresentam sinais de dependência.

Entre 2006 e 2007 os seis países realizaram estudos nacionais entre a população de 15 a 64 anos, com metodologia comum que permitiu, pela primeira vez, comparar dados nacionais entre a população geral sobre consumo de drogas e fatores de risco associados, além da informação contextual relacionada às políticas públicas: prevenção, tratamento e controle da oferta de drogas. A pesquisa foi feita com 61,6 mil pessoas dos seis países, que representam 43 milhões de pessoas entre 15 a 64 anos.
Maconha

A publicação confirma que a maconha é a droga mais usada, especialmente entre os jovens. A média de consumo recente (uso pelo menos uma vez ao ano) é de 4,8%, superior a 3,9% da média mundial. Nos seis países, isso equivale a 2,1 milhões de pessoas entre 15 a 64 anos de idade. Os mais altos índices de consumo recente de maconha foram observados na Argentina e no Chile (7% da população entre 15-64 anos), enquanto no Equador e Peru os números não passaram de 1%. Em todos os países o consumo de drogas, inclusive álcool e tabaco, é maior entre homens. No caso das drogas ilícitas, o uso se concentra principalmente entre grupos entre 15 a 34 anos. Na Bolívia o consumo entre homens e mulheres é praticamente igual.
Cocaína

A pesquisa mostrou que a cocaína foi a segunda droga mais consumida no ano passado nos seis países, com uma prevalência anual (uso pelo menos uma vez no último ano) média de 1.4%. Quase todos os consumidores de cocaína na região (mais de 90%) classificam o consumo da droga como "de grande risco".

O estudo também mostra que em países com alto nível de consumo de drogas ilícitas - assim como em países com baixo índice de consumo - usuários acabam concentrado o uso em uma única droga, geralmente a maconha. Isso explica porque a maconha é a droga para a qual existe a maior demanda para tratamento na maioria desses países.

Para os três principais tipos de drogas estudados (maconha, cocaína e pasta base de cocaína) existe uma alta percentagem de usuários que mostra sinais de dependência. Apesar das variações, os resultados ilustram claramente o poder de dependência dessas drogas, com previsíveis conseqüências adversas: no contexto pessoal, familiar, social, mas também em relação à maioria dos sistemas de saúde desses países, que têm tido o desafio crescente de satisfazer a grande demanda por tratamento.
Acesso a serviços de saúde

O estudo revelou que a percepção entre os usuários de drogas nesses países é de que o acesso a serviços de saúde é relativamente fácil. Os países que apresentaram nível mais alto de consumo também são aqueles onde há percepção de que a droga é mais fácil de ser obtida.

Veja o documento completo ELEMENTOS ORIENTADORES PARA LAS POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS EN LA SUBREGIÓN: PRIMER ESTUDIO COMPARATIVO SOBRE CONSUMO DE DROGAS Y FACTORES ASOCIADOS EN POBLACIÓN DE 15 A 64 AÑOS (pdf em espanhol)
Mais Informações

Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime UNODC-Brasil e Cone Sul
Carolina Gomma de Azevedo
Assessora de Comunicação
Tel: +55 61 3204 7206
Cel: + 55 61 8143 4654
carolina.azevedo@unodc.org
www.unodc.org.br

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