sábado, 8 de novembro de 2008

Preso no Paraná um suspeito de matar menina encontrada em mala na rodoviária de Curitiba

CURITIBA - A polícia do Paraná prendeu nesta sexta-feira um suspeito do assassinato da menina Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, de nove anos, encontrada morta dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, na madrugada de quarta-feira. A identidade do homem não foi divulgada. Exames de DNA vão indicar se ele teve algum contato com Rachel. De acordo com a perícia, a menina, que foi encontrada com sinais de estrangulamento e abuso sexual, teria passado ao menos oito horas com o assassino. Continuam ainda as buscas por um outro suspeito do crime, que já foi condenado por pedofilia.

Rachel, que cursava a 4ª série, desapareceu na última segunda-feira entre o trajeto da escola e de casa, percurso que fazia todos os dias a pé e sozinha até pegar o ônibus para casa. O lençol que envolvia o corpo no momento em que foi achado ainda vai passar por uma análise. Segundo a polícia, há indícios de que ele pertence a um hotel e investigadores estão visitando os hotéis próximos à rodoviária para comparar o lençol utilizado.

Ainda nesta sexta-feira, a polícia divulgou o retrato-falado de um suspeito. Segundo a descrição, feita a partir do cruzamento de várias informações, é um homem com idade entre 45 e 50 anos, 1,68 metro de altura, moreno claro queimado de sol, com cabelos negros a castanhos escuros, e usava camisa branca, jaqueta de couro sintético, calça jeans e sapatos.

Uma das fontes foi o vendedor ambulante que trabalha perto da rodoviária. Ele disse à polícia que vendeu uma mala semelhante à encontrada com o corpo de Rachel na tarde de terça-feira, poucas horas antes de o crime ser descoberto.
Polícia não descarta hipótese de assassino em série

O delegado-chefe Jaime Luz espera receber denúncias anônimas da população e está fazendo a comparação do retrato falado - que tem 90% de acerto - com outros criminosos com antecedentes semelhantes. A polícia, que não descarta a hipótese de que o autor do crime possa ser um serial-killer (assassino em série), também está comparando as características do retrato falado com pessoas citadas e que prestaram depoimentos à polícia.

Ainda segundo a polícia, a análise das imagens das câmeras externas da rodoviária e da área central, próxima ao colégio onde Rachel estudava, não trouxe nenhuma pista para o caso. Não há sistema de monitoramento na parte interna do terminal. No entanto, a polícia confirmou o recebimento de fitas de estudantes universitários, que filmaram a rodoviária, por cerca de três horas na noite de terça-feira para um trabalho de faculdade.

Os policiais também não teriam encontrado pistas no computador usado pela menina para acessar a internet.

Além do apoio de comerciantes, vizinhos, familiares e amigos da menina, o delegado aguarda o resultado dos laudos do Instituto de Criminalística, da Polícia Científica e do Instituto Médico Legal para tentar esclarecer o crime.
Passeata reúne cerca de mil pessoas em Curitiba

O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30m de quinta-feira no Cemitério do Santa Cândida . Na manhã desta sexta-feira, alunos, professores e funcionários do Instituto de Educação Erasmo Pilloto, além de amigos e familiares de Rachel, fizeram uma passeata pelo Centro de Curitiba para pedir paz e justiça pela morte da aluna.

Antes do início da caminhada, o pai de Rachel disse que, apesar de ser separado da mãe da menina há cerca de oito anos, tinha uma relação muito saudável com a filha.

- Eu a amava, ela me amava. Era uma ligação de princípios, de valores - ele disse.

Quando questionado por que Rachel ia sozinha de sua casa, na Vila Guaíra, até a escola, no Centro, Genofre afirmou:

- Não é uma questão de ir sozinha ou não. Vocês não têm que ficar procurando responsáveis pelo que aconteceu. O culpado é o assassino.

De acordo com a Polícia Militar (PM), pelo menos mil pessoas participaram da passeata. O grupo saiu às 10h30m da frente do colégio, na Rua Emiliano Perneta, local onde a menina foi vista pela última vez, e caminhou em silêncio, com camisetas, cartazes e faixas em homenagem à Rachel. Algumas crianças carregavam flores.

Nesta manhã, os 1.500 alunos foram dispensados das aulas após o intervalo.

O Globo.

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