SÃO PAULO - O Instituto de Criminalística (IC) de Santo André, no ABC, concluiu que os dois tiros que mataram Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, foram feitos no momento em que a PM invadiu o apartamento onde a garota e sua amiga, Nayara Rodrigues, também de 15, eram mantidas reféns por Lindemberg Alves Fernandes, de 22. Eloá morreu ao ser atingida na cabeça e na virilha, em 17 de outubro, após ser mantida refém por mais de 100 horas pelo ex-namorado.
O resultado da perícia bate com o depoimento de Nayara, que afirmou não ter ocorrido tiro antes de a polícia decidir invadir. O coronel Eduardo José Félix, que comandou a operação, garantiu que a polícia só invadiu porque teria ouvido tiros momentos antes.
A arma apreendida com Lindemberg tinha quatro cartuchos deflagrados. Segundo a perícia, três dos disparos foram efetuados no mesmo instante: o momento da invasão. Além dos dois disparos que atingiu Eloá, o outro acertou Nayara. O quarto disparo teria ocorrido em outro momento.
Em seu depoimento, Nayara afirmou que, cerca de duas horas antes da invasão, Lindemberg atirou para o teto ao relembrar momentos que passou com a ex-namorada Eloá. Um quinto tiro chegou a ser feito, mas picotou (isto é, falhou), porque a munição era velha, constataram os peritos.
O diretor do IC de Santo André, Nelson Gonçalves, explica que os dois tiros atingiram Eloá no mesmo ângulo, de cima para baixo (o que indica terem sido disparados no mesmo momento).
No dia da invasão, o coronel Eduardo José Félix, comandante da Tropa de Choque e responsável pelo caso, chegou a mencionar que o tiro na virilha pode ter sido dado antes da invasão.
- As dúvidas sobre a seqüência exata dos acontecimentos serão tiradas durante a reconstituição - afirmou o diretor do IC.
O Globo.
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