O juiz da 2ª Vara da Justiça Federal de Umuarama (PR), Jail Benites de Azambuja, que estava detido desde o último sábado, foi libertado na noite de quarta-feira (1º), após vencer o prazo de cinco dias de sua prisão temporária. O magistrado foi detido por suspeita de participar no atentado contra seu colega, Luiz Carlos Canalli, diretor do fórum da Justiça Federal.
Além de ser investigado pelo atentado, Azambuja é suspeito de ter forjado um atentado contra ele mesmo, em fevereiro, quando disparos atingiram seu carro. As investigações correm em segredo de Justiça.
O juiz e três policiais militares do Paraná são investigados por suspeita de participação em um esquema de contrabando. Azambuja é suspeito de agir no arquivamento de processos contra acusados na Justiça Federal de Umuarama. O falso atentado contra si seria uma tentativa de desviar a atenção de investigações sobre sua atuação.
Os três policiais --um cabo, um tenente e um tenente da Polícia Rodoviária Estadual-- sofrem processo de expulsão da corporação. A Polícia Federal também apura eventual participação deles nos atentados.
Em março, após suposto atentado que atingiu seu carro, Azambuja decretou a prisão de 47 pessoas, suspeitas de integrar esquema de contrabando. As prisões foram revogadas uma semana depois, e o juiz passou a ser alvo de investigação interna do TRF-4 (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região.
Azambuja também foi removido da Justiça Federal em Umuarama e proibido de ingressar no prédio da instituição. A Corregedoria do TRF vai analisar os processos criminais arquivados pelo magistrado.
Outro lado
A defesa do juiz Jail Benites de Azambuja nega envolvimento do magistrado no ataque a tiros contra a casa do juiz Luiz Carlos Canalli e que ele tenha forjado um atentado contra si.
'Ele [Azambuja] diz que não tem nada a ver com o segundo atentado [contra Canalli] e que foi realmente vítima do primeiro [ocorrido em fevereiro]', disse o advogado José Germano da Silva.
Silva afirmou ainda desconhecer a atuação do juiz em supostos grupos de contrabandistas que atuam na fronteira com o Paraguai, a partir da região de Guaíra (PR).
Folha de São Paulo.
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