BRASÍLIA - O governo federal deve liberar recursos para incentivar a criação, em todo o país, de delegacias especializadas no combate a crimes raciais. De acordo com a reportagem de Bernardo Mello Franco publicada na edição desta quarta-feira do GLOBO, a idéia é que elas funcionem no molde das delegacias da mulher, com o objetivo de facilitar o registro de queixas por discriminação e reduzir a impunidade que marca esse tipo de delito. O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, planeja abrir, no ano que vem, pelo menos uma "delegacia do negro" em cada estado. Ele vai nesta quarta-feira ao Congresso em busca de apoio para incluir a proposta no Orçamento da União de 2009.
De acordo com a proposta, obtida pelo GLOBO, cada estado que aderir à idéia receberá um auxílio de R$ 100 mil da Secretaria de Igualdade Racial, que é vinculada à Presidência da República. O custeio e os investimentos futuros ficarão a cargo das secretarias estaduais de Segurança Pública. O governo federal também promete ajudar na formação de policiais, psicólogos e assistentes sociais que trabalharão nas unidades.
Além das ofensas contra negros, as delegacias também vão registrar e investigar crimes contra integrantes de outras minorias étnicas, como ciganos e judeus, que também são alvo de discriminação. Segundo o ministro Edson Santos, todos têm dificuldade em registrar queixas por racismo nas delegacias convencionais:
- Há falta de preparo e má vontade dos policiais, que têm dificuldade para registrar os crimes de racismo. Em alguns casos, a vítima que vai à delegacia denunciar uma ofensa acaba sendo processada por calúnia.
O Globo.
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